Áudio & Eletrônica
Cesar Portela
COLUNISTAS
Áudio & Eletrônica
25/10/2021 - 10:49h
Atualizado em 25/10/2021 - 16:18h
Caro leitor.
É com muita alegria que escrevo a primeira matéria da coluna Áudio & Eletrônica. Nessa coluna vou compartilhar com vocês o meu conhecimento sobre os assuntos relacionados ao áudio. Usarei uma linguagem mais acessível o possível para que o técnico e o entusiasta compreendam o conteúdo.
Então vamos lá!!
Recebo com frequência mensagens perguntado: Porque meu computador não reconhece mais a placa de som? Ou tem um ruído “Hiss” quando eu estou gravando. Com posso resolver?
Pois é, hoje vou responder essa perguntas falando de uma maneira geral e prática sobre elétrica em estúdios de pequeno porte e Home estúdios.
Sim pessoal. A elétrica nos estúdios é muito mais importante que muitos imaginam. Uma instalação elétrica mal dimensionada é a responsável pela maioria dos danos causados nos portas digitais dos conversores AD/DA (também conhecidas como placa de som). Para muitos modelos, uma vez danificado normalmente não tem reparo ou não compensa consertar. É prejuízo na certa!!!
Não só isso, como também ruídos na rede que interferem no resultado final do trabalho. Não estou falando apenas de Humm. Há coisas fundamentais em que você deve investir para ter uma boa elétrica no seu estúdio.
A primeira é um transformador isolador com blindagem eletrotática. Ele deve ter a tensão de saída de 115V. Sim isso mesmo! Porque em media os equipamentos de áudio usam essa tensão. É verdade que tem exceções...
O circuito elétrico deve ser protegido com disjuntor adequado. Que nesse caso pode ser um monofásico de 10A e a entrada do transformador deve estar aterrada. Quanto à potência do transformador isolador, vai depender de quanto você precisa para suprir o consumo dos equipamentos em sua estação de trabalho. Em média um transformador com 1000W (não com 1Kva) resolve o assunto. Isto considerando uma configuração com um computador, um conversor AD/DA, um par de monitores e um ou outro periférico. Nele você deverá ligar todos os equipamentos do seu Home estúdio. Com isso o estúdio estará eletricamente isolado e evitará vários problemas em seus equipamentos.
Eu por exemplo uso um transformador isolador para alimentar toda minha bancada de trabalho. O meu foi cuidadosamente confeccionado sob encomenda pelos amigos da Transformadores Líder aqui em São Paulo.Fica a dica!!
Cabos e tomadas elétricas
Sempre recomendo os cabos flexíveis e com bitolas acima do valor que seria usado em aplicações fora do áudio. Pois os vários experimentos técnicos que fiz já provaram que elétrica de estúdio é diferente de tudo... Para que o texto não fique muito longo, vou citar apenas uma particularidade do comportamento elétrico de um estúdio. Mesmo com baixo consumo elétrico de boa parte dos equipamentos de áudio, em estúdio, existe um momento que o consumo está muito baixo (em silêncio) e um beat depois está no pico de corrente (no pau!!). Como já disse, esse é só uma das muitas particularidades.
Para essa configuração de estúdio, em casa ou num pequeno espaço, eu recomendo o uso de cabos flexíveis de 4mm. Por favor evitem cabos “baratos”. Porque esses cabos tem ferro em sua composição. Isso quer dizer que tem uma eficiência bem mais baixa que o especificado. Para as tomadas a regra é a mesma. É recomendável só usar tomadas mais bem construídas das melhores marcas. Sim são as mais caras e não se encontra em qualquer loja geral. Mas estamos falando em evitar problemas...
E por falar em problemas, é fundamental que se observe as posições dos pinos Fase Neutro e Terra das tomadas. Infelizmente é um erro bastante comum que encontro em muitas instalações. Existe um padrão pra isso. Que difere entre os países. Por exemplo, no Brasil temos a norma da NBR e no USA a norma NEMA.
O aterramento
Já vi aterramento de todo jeito. Até mesmo com prego batido na parede e fiozinho enrolado... Vamos ver agora uma maneira real, prática e econômica para fazer um aterramento eficiente para a maioria dos casos.
Em primeiro lugar quero dizer que o aterramento do estúdio não deverá ser compartilhado com o resto da edificação. Salvo se você montar o seu home estúdio no seu apartamento. Nos dias de hoje ter um pedacinho de terreno é meio difícil. Mas para os sortudos, eu posso sugerir um aterramento com apenas uma haste. Esquece o aterramento triangular. Ao menos que você tenha um belo quintal. O terra não é apenas fincar a haste no chão, prender um cabo e tudo certo. Um aterramento é mais que isso. Ele tem a função de proteger o técnico de uma possível vazão ou uma descarga elétrica. Para isso ele tem que ter a menor resistência possível.
Se você tem seu estúdio num prédio a coisa fica mais fácil. Você poderá usar o aterramento, o fase e neutro direto do padrão de força. Não se esqueça de usar um disjuntor só para esse circuito. Mas se você montou seu estúdio numa casa, segue uma receita prática para fazer um aterramento bem feito:
Em primeiro lugar, se possível escolha um local no seu terreno onde não haja trânsito de pessoas. Tipo um canto perto do muro. E aí abaixo vai a receita. Mas atenção! Os procedimentos de montagem de circuitos elétricos devem ser executados por profissionais habilitados. NÃO tente fazer por conta própria.
Ingredientes:
-
Haste de aterramento de aço-cobreado com 1.5M a 2.5M
-
Caixa de inspeção em PVC
-
Cabo de cobre com a mesma seção do cabo da fase. Ex: se usar um fio 4mm na fase e no Neutro, também usará no terra.
-
Conector para a haste de aterramento
-
Eletrodutos de PVC rígido
-
Produtos de tratamento para o solo.
Modo de preparo:
Cave um buraco com 25 cm menor que comprimento total da haste e com aproximadamente 6 cm de diâmetro. Ex: se a haste tem 1.5 m, o buraco terá 1.25m.
Monte a caixa de inspeção sobre a ponta da haste e conecte ao tubo de PVC que interliga o terra à parede.
Instale a haste de modo que fique centrada no buraco e em seguida use o conector para fixar o cabo do aterramento.
Depois de tudo conectado e checado por um por um profissional habilitado, agora você pode instalar seu estúdio e começar a trabalhar num ambiente muito mais seguro para você e seus equipamentos.
COMENTÁRIOS
O capacitor envelhece em um equipamento pouco usado também? Ou ele degrada principalmente com o uso? Por exemplo, um equipamento da década de 80 muito pouco usado precisaria de recap por desgaste do tempo?
- Henrique M
Ótimo, vai ajudar muito! Cesar é fantástico, ótima matéria!
- adriano vasque da
Saudades da Paranoia saudável que tínhamos no Freeeeeee Jazzzzzz Festival (imitando Zuza em suas apresentações magnificas) Parabéns Farat Forte abraço
- Ernani Napolitano
Artigo incrivel! Extremamente realista e necessário, obrigado mestre!
- Jennifer Rodrigues
Depois de 38 anos ouvindo o disco, eis q me deparo com a história dele. Multo bom!! Abrss
- Fernando Baptista Junqueira
Que maravilha de matéria, muito verdadeira é muito bem escrita, quem viveu como eu esta época, só pode agradecer pela oportunidade que Deus me concedeu. Vou ler todas, mas tinha que começar por esta… abraços…
- Caio Flávio
Só li verdades! Parabéns pela matéria Farat
- Guile
Ótimo texto Zé parabéns !!!!! Aguardando os próximos!!!
- Marco Aurélio
Adoro ver e rever as lives do Sá! Redescobri várias músicas da dupla valorizadas pela execução nas "Lives do Sá". Espero que esse trabalho volte de vez em quando. O Sá, juntamente com o Guilherme Arantes e o Tom Zé, está entre os melhores contadores de casos da MPB. Um livro com a história da dupla/trio escrito por ele seria muito interessante!
- Bruno Sander
Ontem foi um desses dias em que a intuição está atenta. Saí a caminhar pela Savassi sabendo que iria entrar naquela loja de discos onde sempre acho algo precioso em vinil. Já na loja, fui logo aos brasileiros e lá estavam o Nunca e o Pirão de Peixe em ótimo estado de conservação, o que é raríssimo. Comprei ambos. O 2º eu já tinha, meio chumbado. O Nunca eu conhecia de CD, e tem algumas das músicas que mais gosto da dupla, p. ex. Nuvens d'Água (acho perfeita), Coisa A-Toa (alusão à ditadura?), e outras. Me disseram que o F. Venturini é fã do Procol Harum, e realmente alguns solos de órgão dele fazem lembrar a banda inglesa.
- João Henrique Jr.
Que maravilha de matéria. Me transportei aos anos de ouro da música brasileira
- Sidney Ribeiro
Trabalho lindão. Parabéns à todos os envolvidos!
- Anderson Farias de Melo
O que dizer do melhor disco da música nacional(minha opinião). Tive o prazer em ver eles como dupla e a volta como trio em um shopping da zona leste de sampa. Lançamento do disco outra vez na estrada. Espero poder voltar a vê-los novamente, já que o Sa hoje mora fora do Brasil. E essa Pandemia, que isolou muito as pessoas. Obrigado por vocês existirem como músicos, poetas e instrumentistas. Vocês são F..., Obrigado, abracos
- Luiz antonio Rocha
Que maravilha Querido Paulinho Paulo Farat!! Obrigado por dividir conosco momentos tão lindos , pela maravilha de pessoa e imenso talento que Vc sempre teve, tem e terá, sempre estará no lugar certo e na hora certa ! Emocionante! Tive a honra de trabalhar muitas vezes com Vc, em especial na época do Zonazul , obrigado por tudo, parabéns pela brilhante carreira e que Deus Abençõe sempre . Bjbj
- Michel Freidenson
Mais uma vez um texto sensacional sobre a história da música e dos músicos brasileiros. Parabéns primo e obrigado por manter viva a memória dessas pessoas tão especiais para nós E vai gravar o vídeo desta semana! Kkkk
- Carlos Ronconi
Grande Farat!!! Bacana demais a coluna! Cheio de boas memorias pra compartilha!!!
- Luciana Lee
Valeu Paulo Farat por registrar nosso trabalho com tanto carinho e emoção sincera. Foram momentos profissionais muito importantes para todos nós. Inesquecíveis ! A todos os membros de nossa equipe,( e que equipe! ) Nosso Carinho e Saudades ! ???? ???????????????????? Guilherme Emmer Dias Gomes Mazinho Ventura Heitor TP Pereira Paulo Braga Renato Franco Walter Rocche Hamilton Griecco Micca Luiz Tornaghi Carlão Renato Costa Selma Silva Marilene Gondim Cláudia Zettel (in memoriam) Cristina Ferreira Neuza Souza
- Alberto Traiger
Depois de um ano de empresa 3M pude fazer o bendito carnê e comprei uma vitrolinha (em 12X) e na mesma hora levei Pirão, Quatro (Que era o novo), Es´pelho Cristalino e Vivo do Alceu, fiquei um ano ouvindo e pirando sem parar, depois vi o show do Quatro em Campinas. Considero o mais equilibrado de todos, sendo que sempre pendendo pro rural e nem tanto pro urbano, um disco atemporal podendo ser ouvido em qualquer situação, pois levanta o astral mesmo. No momento, Chuva no campo é ''a favorita'', mas depois passa e vem outra, igualzinho à aquela banda de Liverpool, manja????
- Ademilson Carlos de Sá
B R A V O!!! Paulo Farat não esqueça: “Afina isso aí moleque!” Hahahaha Tremendo profissional, sou teu fã, Grande abraço!
- Dudu Portes
Show é sensacional. Mas a s sensação intimista de parecer que a live é um show particular, dentro da sua casa, do seu quarto, é impagável. Parabéns família, incluindo Guarabyra e Tommy...
- Ricardo Amatucci
Paulo Farat vai esta nas lives do Papo Na Web a partir de amanha apresentando "Os Albuns Que Marcaram As Nossas Vidas"" Não percam, www.facebook.com/depaponaweb todas as terças-feiras as 20:00 horas
- Carlos Ronconi
Caro Luiz Carlos Sá, as canções que vocês fazem são maravilhosas, sinto a energia de cada uma. Tornei-me um admirador do trabalho de vocês no final dos anos 1970 com o LP Quatro e a partir de então saí procurando os discos de vocês, paguei um preço extorsivo pelo vendedor, os LP's "Casaco Marrom" do Guarabyra e "Passado, Presente e Futuro" (primeiro do Trio), mas valeu. tenho todos em LP's e CD's até o Antenas, depois desse só em CD's e o DVD "Outra Vez Na Estrada" exceto o mais recente "Cinamomo" mas em breve estarei com ele para curtir. A última vez que vi um show da dupla (nunca vi o trio em palco), foi no Recife no dia 16/04/2016 na Caixa Cultural, vi as duas apresentações. Levei dois bolos de rolo pra vocês, mas o Guarabyra não estava. Quero registrar que tenho até o LP "Vamos Por Aí", todos autografados, que foi num show feito no Teatro do Parque, as apresentações seriam nos 14,15 e 16/10/1992 mas o Guarabyra perdeu o voo e só foram dois dias, no dia do seu aniversário e outro no dia 16. Inesquecível. Agora estou lendo essas crônicas maravilhosas. Grande abraço forte e fraterno e muita saúde e sucesso pra vocês, sempre. P.S. O meu perfil no Facebook é Xavier de Brito e estou lá como Super Fã.
- Edison Xavier de Brito
Me lembro de ter lido algumas destas crônicas dos discos quando voce as publicou no Facebook em 2013, Sá. Muito emocionante reler e me emocionar de novo. Voces foram trilha sonora importantíssima dos últimos anos da minha vida. Sou de 1986, portanto de uma geração mais nova que escuta voces. Gratidão e vida longa a voces!
- Luiz Fernando Lopes
Salve!!! Que maravilha conhecer essas histórias de discos que fazem parte da minha vida. Parabéns `à Backstage e ao Sá! E, claro, esperando a crônica do Pirão. Esse disco me acompanha há mais de quarenta anos! Minhas filhas escutaram desde bebês e minha neta, que vai nascer agora em setembro, vai aprender a cantar todas as músicas!
- Maurício Cruz
com esse time de referências musicais (exatamente as minhas) mais o seu talento, não tem como não fazer música boa!!!! parabéns!!! com uma abraço de um fã que ouve seus discos desde essa época!
- nico figueiredo
Boa noite amigo, gostei muito das suas explicações, pois trabalho com mix gosto muito mesmo e assistindo você falando disso tudo gostei muito um abraço.
- Rubens Miranda Rodrigues
Obrigado Sá, obrigado Backstage, adoro essas histórias, muito bom, gostaria de ouvir histórias sobre as letras tbém, abç.
- Robson Marcelo ( Robinho de Guariba SP )
Esperando ansioso o Pirão de Peixe e o 4. Meu primeiro S&G
- Jeferson
DEIXE SEU COMENTÁRIO
Escreva sua opinião abaixo*