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COLUNISTAS

Audio & Eletrônica: a técnica do reamp

22/11/2021 - 08:29h
Atualizado em 22/11/2021 - 12:14h


 

Caro leitor.

Hoje vamos falar sobre a técnica de reamp.

 

Já nos anos 30-40s a técnica de o que chamamos hoje de reamp era usada frequentemente pelos engenheiros de gravação da época, principalmente no áudio  do cinema. Com a evolução dos equipamentos de gravação a técnica também foi se adaptando, passando por Les Paul, que usou a técnica do reamp  largamente em suas gravações.  Ele usava bastante em conjunto com a câmara de eco. Vendo hoje, o processo era simples. Tratava-se de por, através do reamp, o amplificador de guitarra tocando o canal da guitarra limpa numa extremidade do túnel e na outra um microfone. Com isso ele podia tranquilamente escolher o tempo e o nível do sinal sem ter que refazer o take.

 

 

Passaram décadas quando em 1993 foi lançado  um pequeno equipamento chamado “REAMP”, que foi patenteado por John Cuniberti, mais conhecido como o engenheiro de áudio do Joe Satriani. Ele patenteou o uso de um dispositivo que já existia... Só transformaram em um produto.

 

O equipamento consiste em um “casador” de impedância e nível de sinal. Na pratica é um DI invertido. No DI temos uma entrada de instrumento Hi-Z( P10 desbalanceada) e uma saída de baixa impedância balanceada (XLR). Já no REAMP, o processo é inverso. Existem basicamente dois tipos de circuito para fazer a reamplificação. O primeiro, passivo e desacoplado por um transformador de sinal, derivado dos DIs e o segundo, ativo com CIs Amp-ops e transformador. Sua função é fazer uma “conexão” entre dois sinais bem diferentes como a saída  da DAW e a entrada de um amplificador de guitarra. Sem esse dispositivo não teríamos bons resultados práticos.

 

Como equipamento, todos nós sabemos da sua importância.  Da ideia inicial  como técnica de gravação até os dias de hoje,  pouco mudou. O circuito eletrônicocomo já disse, é bem simples e sofreu o mínimo de alterações.

 

Nesta edição vou ensinar para vocês como transformar aquele DI passivo que você pouco usa em um “REAMP” quase de graça. Com dois potenciômetros, um XLR fêmea e um pouquinho de transpiração você terá uma nova ferramenta para seu estúdio.

 

Na figura 1 temos um circuito bem comum de um DI passivo que provavelmente você terá algum  no armário do estúdio.

 

 

 

É claro que a qualidade do sinal vai depender da qualidade do transformador. Mas sempre recomendo fazer um experimento. Às vezes aquele transformador que a gente não dá nada por ele, pode trazer uma boa surpresa.

 

 

O nosso reamp.

 

 

 

Com alguma habilidade e paciência dá pra fazer essa modificação. Para isso vamos precisar de um potenciômetro 10kApara ajustar o nível, um de 47KB para o ajuste de impedância, um conector XLR fêmea e claro os knobs.

 

 

Modo de preparo;

Antes de desmontar, marque os fios do transformador que vão para o XLR. Preste bem atenção para não inverter na hora de trocar o xlr.

 

Retire todos os componentes, inclusive o transformador. Marque o local adequado para fazer os furos dos potenciômetros.

 

Depois de feito os furos, lixe até retirar a tinta da parte interna onde os pots farão contato com a carcaça. É bem importante! Não queremos hiss nem humm.

 

Faça as soldas com cuidado para não danificar os componentes, principalmente os Pots.

 

A figura 3 mostra o detalhe dos pinos para ligar os potenciômetros. Atenção nos números dos pinos.

 

 

 

 

 

 

Ajustes:

Conecte a saída da AD/DA (a.k.a Placa de som) ao seu reamp pelo xlr e o reamp ao amp de guitarra. Mantenha o volume do amp fechado. Posicione os Pots do reamp em 12h.  Reproduza um sinal de 1k @-18dbfs os se for por um gravador ou mesa analógico 0dB.

 

Chegamos a hora de usar do Feeling. Abra o volume do amp de guitarra até um nível satisfatório, (se tiver muito longe da posição habitual do botão de volume, compense no pot de nível do reamp). Depois mova lentamente o pot de impedância até que o som fique mais “limpo”. Voce também pode alterar os pots um pouco até chegar no timbre que mais lhe agrada. Mesmo porque estamos fazendo musica e como já falei, o som vai variar de acordo com características do transformador.

 

*Cesar Portela é Projetista de equipamentos de áudio e Restaurador de microfones e equipamentos vintages.

 

 

Audio & Eletrônica: a técnica do reamp
Cesar Portela

COMENTÁRIOS

O capacitor envelhece em um equipamento pouco usado também? Ou ele degrada principalmente com o uso? Por exemplo, um equipamento da década de 80 muito pouco usado precisaria de recap por desgaste do tempo?

- Henrique M

Ótimo, vai ajudar muito! Cesar é fantástico, ótima matéria!

- adriano vasque da

Saudades da Paranoia saudável que tínhamos no Freeeeeee Jazzzzzz Festival (imitando Zuza em suas apresentações magnificas) Parabéns Farat Forte abraço

- Ernani Napolitano

Artigo incrivel! Extremamente realista e necessário, obrigado mestre!

- Jennifer Rodrigues

Depois de 38 anos ouvindo o disco, eis q me deparo com a história dele. Multo bom!! Abrss

- Fernando Baptista Junqueira

Que maravilha de matéria, muito verdadeira é muito bem escrita, quem viveu como eu esta época, só pode agradecer pela oportunidade que Deus me concedeu. Vou ler todas, mas tinha que começar por esta… abraços…

- Caio Flávio

Só li verdades! Parabéns pela matéria Farat

- Guile

Ótimo texto Zé parabéns !!!!! Aguardando os próximos!!!

- Marco Aurélio

Adoro ver e rever as lives do Sá! Redescobri várias músicas da dupla valorizadas pela execução nas "Lives do Sá". Espero que esse trabalho volte de vez em quando. O Sá, juntamente com o Guilherme Arantes e o Tom Zé, está entre os melhores contadores de casos da MPB. Um livro com a história da dupla/trio escrito por ele seria muito interessante!

- Bruno Sander

Ontem foi um desses dias em que a intuição está atenta. Saí a caminhar pela Savassi sabendo que iria entrar naquela loja de discos onde sempre acho algo precioso em vinil. Já na loja, fui logo aos brasileiros e lá estavam o Nunca e o Pirão de Peixe em ótimo estado de conservação, o que é raríssimo. Comprei ambos. O 2º eu já tinha, meio chumbado. O Nunca eu conhecia de CD, e tem algumas das músicas que mais gosto da dupla, p. ex. Nuvens d'Água (acho perfeita), Coisa A-Toa (alusão à ditadura?), e outras. Me disseram que o F. Venturini é fã do Procol Harum, e realmente alguns solos de órgão dele fazem lembrar a banda inglesa.

- João Henrique Jr.

Que maravilha de matéria. Me transportei aos anos de ouro da música brasileira

- Sidney Ribeiro

Trabalho lindão. Parabéns à todos os envolvidos!

- Anderson Farias de Melo

O que dizer do melhor disco da música nacional(minha opinião). Tive o prazer em ver eles como dupla e a volta como trio em um shopping da zona leste de sampa. Lançamento do disco outra vez na estrada. Espero poder voltar a vê-los novamente, já que o Sa hoje mora fora do Brasil. E essa Pandemia, que isolou muito as pessoas. Obrigado por vocês existirem como músicos, poetas e instrumentistas. Vocês são F..., Obrigado, abracos

- Luiz antonio Rocha

Que maravilha Querido Paulinho Paulo Farat!! Obrigado por dividir conosco momentos tão lindos , pela maravilha de pessoa e imenso talento que Vc sempre teve, tem e terá, sempre estará no lugar certo e na hora certa ! Emocionante! Tive a honra de trabalhar muitas vezes com Vc, em especial na época do Zonazul , obrigado por tudo, parabéns pela brilhante carreira e que Deus Abençõe sempre . Bjbj

- Michel Freidenson

Mais uma vez um texto sensacional sobre a história da música e dos músicos brasileiros. Parabéns primo e obrigado por manter viva a memória dessas pessoas tão especiais para nós E vai gravar o vídeo desta semana! Kkkk

- Carlos Ronconi

Grande Farat!!! Bacana demais a coluna! Cheio de boas memorias pra compartilha!!!

- Luciana Lee

Valeu Paulo Farat por registrar nosso trabalho com tanto carinho e emoção sincera. Foram momentos profissionais muito importantes para todos nós. Inesquecíveis ! A todos os membros de nossa equipe,( e que equipe! ) Nosso Carinho e Saudades ! ???? ???????????????????? Guilherme Emmer Dias Gomes Mazinho Ventura Heitor TP Pereira Paulo Braga Renato Franco Walter Rocche Hamilton Griecco Micca Luiz Tornaghi Carlão Renato Costa Selma Silva Marilene Gondim Cláudia Zettel (in memoriam) Cristina Ferreira Neuza Souza

- Alberto Traiger

Depois de um ano de empresa 3M pude fazer o bendito carnê e comprei uma vitrolinha (em 12X) e na mesma hora levei Pirão, Quatro (Que era o novo), Es´pelho Cristalino e Vivo do Alceu, fiquei um ano ouvindo e pirando sem parar, depois vi o show do Quatro em Campinas. Considero o mais equilibrado de todos, sendo que sempre pendendo pro rural e nem tanto pro urbano, um disco atemporal podendo ser ouvido em qualquer situação, pois levanta o astral mesmo. No momento, Chuva no campo é ''a favorita'', mas depois passa e vem outra, igualzinho à aquela banda de Liverpool, manja????

- Ademilson Carlos de Sá

B R A V O!!! Paulo Farat não esqueça: “Afina isso aí moleque!” Hahahaha Tremendo profissional, sou teu fã, Grande abraço!

- Dudu Portes

Show é sensacional. Mas a s sensação intimista de parecer que a live é um show particular, dentro da sua casa, do seu quarto, é impagável. Parabéns família, incluindo Guarabyra e Tommy...

- Ricardo Amatucci

Paulo Farat vai esta nas lives do Papo Na Web a partir de amanha apresentando "Os Albuns Que Marcaram As Nossas Vidas"" Não percam, www.facebook.com/depaponaweb todas as terças-feiras as 20:00 horas

- Carlos Ronconi

Caro Luiz Carlos Sá, as canções que vocês fazem são maravilhosas, sinto a energia de cada uma. Tornei-me um admirador do trabalho de vocês no final dos anos 1970 com o LP Quatro e a partir de então saí procurando os discos de vocês, paguei um preço extorsivo pelo vendedor, os LP's "Casaco Marrom" do Guarabyra e "Passado, Presente e Futuro" (primeiro do Trio), mas valeu. tenho todos em LP's e CD's até o Antenas, depois desse só em CD's e o DVD "Outra Vez Na Estrada" exceto o mais recente "Cinamomo" mas em breve estarei com ele para curtir. A última vez que vi um show da dupla (nunca vi o trio em palco), foi no Recife no dia 16/04/2016 na Caixa Cultural, vi as duas apresentações. Levei dois bolos de rolo pra vocês, mas o Guarabyra não estava. Quero registrar que tenho até o LP "Vamos Por Aí", todos autografados, que foi num show feito no Teatro do Parque, as apresentações seriam nos 14,15 e 16/10/1992 mas o Guarabyra perdeu o voo e só foram dois dias, no dia do seu aniversário e outro no dia 16. Inesquecível. Agora estou lendo essas crônicas maravilhosas. Grande abraço forte e fraterno e muita saúde e sucesso pra vocês, sempre. P.S. O meu perfil no Facebook é Xavier de Brito e estou lá como Super Fã.

- Edison Xavier de Brito

Me lembro de ter lido algumas destas crônicas dos discos quando voce as publicou no Facebook em 2013, Sá. Muito emocionante reler e me emocionar de novo. Voces foram trilha sonora importantíssima dos últimos anos da minha vida. Sou de 1986, portanto de uma geração mais nova que escuta voces. Gratidão e vida longa a voces!

- Luiz Fernando Lopes

Salve!!! Que maravilha conhecer essas histórias de discos que fazem parte da minha vida. Parabéns `à Backstage e ao Sá! E, claro, esperando a crônica do Pirão. Esse disco me acompanha há mais de quarenta anos! Minhas filhas escutaram desde bebês e minha neta, que vai nascer agora em setembro, vai aprender a cantar todas as músicas!

- Maurício Cruz

com esse time de referências musicais (exatamente as minhas) mais o seu talento, não tem como não fazer música boa!!!! parabéns!!! com uma abraço de um fã que ouve seus discos desde essa época!

- nico figueiredo

Boa noite amigo, gostei muito das suas explicações, pois trabalho com mix gosto muito mesmo e assistindo você falando disso tudo gostei muito um abraço.

- Rubens Miranda Rodrigues

Obrigado Sá, obrigado Backstage, adoro essas histórias, muito bom, gostaria de ouvir histórias sobre as letras tbém, abç.

- Robson Marcelo ( Robinho de Guariba SP )

Esperando ansioso o Pirão de Peixe e o 4. Meu primeiro S&G

- Jeferson

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