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COLUNISTAS

Um álbum de cabo a rabo! (parte 3)

18/03/2021 - 10:27h
Atualizado em 18/03/2021 - 17:54h

 

 

O estúdio do curso de produção fonográfica da Fatec foi concluído em 2016 e com ele logo veio a percepção que apenas gravar, mixar e masterizar não seria suficiente para atender a demanda artística. Sempre vislumbramos para nossos alunos uma ampla capacidade de participar da cadeia fonográfica e isso implica em realizar também a produção executiva que é responsável pela a pré e pós produção do fonograma. A pré-produção diz respeito ao gerenciamento do projeto antes da entrada no estúdio. Implica em cuidar dos agendamentos, planejamento da gravação, arregimentação dos músicos e equipe técnica e principalmente gerenciamento de tempo. Porém a pós-produção é o aspecto executivo que realmente põe o fonograma no ouvido do público.

 

 

Muitas vezes o artista chega até a gente sem nenhuma resolução administrativa da sua carreira musical. Não sabe como lançar, não sabe o que é ISRC (código internacional de registro fonográfico) e muito menos sabe capitalizar ou monetizar o seu projeto. Vou descrever o passo a passo que a equipe de produção executiva oferece para os artistas durante a fase de pós-produção.

 

 

 

Passo um: Registros

É necessário registrar a autoria das letras e músicas do projeto.  Esse registro protege o conteúdo intelectual do artista e é realizado pela Biblioteca Nacional.  É esse registro que garante que a obra não poderá ser regravada ou adulterada por um terceiro sem consentimento do artista. Depois desse registro o artista precisa se filiar a uma Associação de Música para ter acesso ao software de registro de ISRC. Com o ISRC de cada fonograma a interpretação fixada, vulgarmente chamada de gravação, passa a ser propriedade do produtor fonográfico que na sua grande maioria é o próprio artista. No caso de grandes gravadoras como as Majors, o fonograma é propriedade da gravadora e o artista é um associado mas não proprietário. Finalmente, a produção executiva decide com o artista uma agregadora digital como por exemplo Ditto, One RPM, CDBaby ou Tratote para planejar o lançamento do projeto.

 

 

Passo dois: Campanha de Lançamento
Com o projeto já devidamente masterizado e registrado a produção executiva trabalha junto com o artista num plano de Marketing que envolve campanhas de pré-saves nas redes sociais, sessão de fotos, lives com convidados, merchandising e por ai vai. Não há limite. No projeto Outras bossas da cantora Jacque Falchetti e Retrato Brasileiro interpretando Noel Rosa, fizemos do momento de pré lançamento o nosso cartão de visita. Foram selecionados jornalistas, críticos e blogueiros para ouvir antes do lançamento. É muito importante o apoio da imprensa nesse momento, pois ela é o principal formador de opinião. Para o disco Outras Bossas, com ajuda do Centro Paula Souza conseguimos mais de 30 menções na imprensa, inclusive uma matéria na Globo News e colunas de críticos musicais como Mauro Ferreira.

 

 

 

Passo três: Transferência do controle
Por fim, depois do lançamento é hora de colher os frutos. É um trabalho proporcional ao preparo feito previamente. Ou seja, se houve um bom terreno para plantar a semente, os frutos virão e serão muitos. É importante explorar o projeto realizando versões com convidados ao vivo através dos canais de internet. Permitir que outros remixes sejam realizados mantém o folego do projeto por mais tempo e nisso a cena do eletrônico tem muito a colaborar com seus samplers. Não importa o estilo musical do seu projeto sempre é possível remixar e fisgar um público novo. É nesse momento também que a produção executiva transfere todo o controle das plataformas digitais para o artista e ele passa a gerenciar completamente sua monetização e o futuro de sua obra musical.

 

Para encerrar, tenho que dizer, particularmente, a Gravadora Experimental tomou forma e conseguiu trazer os melhores projetos quando passou a atuar em toda a cadeia do fonograma. Paramos de perder tempo com projetos insipientes e a gravação no estúdio passou a acontecer somente quando tudo está pronto e planejado. Isso economizou muito tempo, dor de cabeça e frustrações. Hoje a nosso projeto já começa a visualizar a possibilidade da “atuação 360 graus”, mas isso é assunto para uma próxima coluna.

 

Até a próxima.

 

 

Um álbum de cabo a rabo! (parte 3)
José Carlos Pires

COMENTÁRIOS

O capacitor envelhece em um equipamento pouco usado também? Ou ele degrada principalmente com o uso? Por exemplo, um equipamento da década de 80 muito pouco usado precisaria de recap por desgaste do tempo?

- Henrique M

Ótimo, vai ajudar muito! Cesar é fantástico, ótima matéria!

- adriano vasque da

Saudades da Paranoia saudável que tínhamos no Freeeeeee Jazzzzzz Festival (imitando Zuza em suas apresentações magnificas) Parabéns Farat Forte abraço

- Ernani Napolitano

Artigo incrivel! Extremamente realista e necessário, obrigado mestre!

- Jennifer Rodrigues

Depois de 38 anos ouvindo o disco, eis q me deparo com a história dele. Multo bom!! Abrss

- Fernando Baptista Junqueira

Que maravilha de matéria, muito verdadeira é muito bem escrita, quem viveu como eu esta época, só pode agradecer pela oportunidade que Deus me concedeu. Vou ler todas, mas tinha que começar por esta… abraços…

- Caio Flávio

Só li verdades! Parabéns pela matéria Farat

- Guile

Ótimo texto Zé parabéns !!!!! Aguardando os próximos!!!

- Marco Aurélio

Adoro ver e rever as lives do Sá! Redescobri várias músicas da dupla valorizadas pela execução nas "Lives do Sá". Espero que esse trabalho volte de vez em quando. O Sá, juntamente com o Guilherme Arantes e o Tom Zé, está entre os melhores contadores de casos da MPB. Um livro com a história da dupla/trio escrito por ele seria muito interessante!

- Bruno Sander

Ontem foi um desses dias em que a intuição está atenta. Saí a caminhar pela Savassi sabendo que iria entrar naquela loja de discos onde sempre acho algo precioso em vinil. Já na loja, fui logo aos brasileiros e lá estavam o Nunca e o Pirão de Peixe em ótimo estado de conservação, o que é raríssimo. Comprei ambos. O 2º eu já tinha, meio chumbado. O Nunca eu conhecia de CD, e tem algumas das músicas que mais gosto da dupla, p. ex. Nuvens d'Água (acho perfeita), Coisa A-Toa (alusão à ditadura?), e outras. Me disseram que o F. Venturini é fã do Procol Harum, e realmente alguns solos de órgão dele fazem lembrar a banda inglesa.

- João Henrique Jr.

Que maravilha de matéria. Me transportei aos anos de ouro da música brasileira

- Sidney Ribeiro

Trabalho lindão. Parabéns à todos os envolvidos!

- Anderson Farias de Melo

O que dizer do melhor disco da música nacional(minha opinião). Tive o prazer em ver eles como dupla e a volta como trio em um shopping da zona leste de sampa. Lançamento do disco outra vez na estrada. Espero poder voltar a vê-los novamente, já que o Sa hoje mora fora do Brasil. E essa Pandemia, que isolou muito as pessoas. Obrigado por vocês existirem como músicos, poetas e instrumentistas. Vocês são F..., Obrigado, abracos

- Luiz antonio Rocha

Que maravilha Querido Paulinho Paulo Farat!! Obrigado por dividir conosco momentos tão lindos , pela maravilha de pessoa e imenso talento que Vc sempre teve, tem e terá, sempre estará no lugar certo e na hora certa ! Emocionante! Tive a honra de trabalhar muitas vezes com Vc, em especial na época do Zonazul , obrigado por tudo, parabéns pela brilhante carreira e que Deus Abençõe sempre . Bjbj

- Michel Freidenson

Mais uma vez um texto sensacional sobre a história da música e dos músicos brasileiros. Parabéns primo e obrigado por manter viva a memória dessas pessoas tão especiais para nós E vai gravar o vídeo desta semana! Kkkk

- Carlos Ronconi

Grande Farat!!! Bacana demais a coluna! Cheio de boas memorias pra compartilha!!!

- Luciana Lee

Valeu Paulo Farat por registrar nosso trabalho com tanto carinho e emoção sincera. Foram momentos profissionais muito importantes para todos nós. Inesquecíveis ! A todos os membros de nossa equipe,( e que equipe! ) Nosso Carinho e Saudades ! ???? ???????????????????? Guilherme Emmer Dias Gomes Mazinho Ventura Heitor TP Pereira Paulo Braga Renato Franco Walter Rocche Hamilton Griecco Micca Luiz Tornaghi Carlão Renato Costa Selma Silva Marilene Gondim Cláudia Zettel (in memoriam) Cristina Ferreira Neuza Souza

- Alberto Traiger

Depois de um ano de empresa 3M pude fazer o bendito carnê e comprei uma vitrolinha (em 12X) e na mesma hora levei Pirão, Quatro (Que era o novo), Es´pelho Cristalino e Vivo do Alceu, fiquei um ano ouvindo e pirando sem parar, depois vi o show do Quatro em Campinas. Considero o mais equilibrado de todos, sendo que sempre pendendo pro rural e nem tanto pro urbano, um disco atemporal podendo ser ouvido em qualquer situação, pois levanta o astral mesmo. No momento, Chuva no campo é ''a favorita'', mas depois passa e vem outra, igualzinho à aquela banda de Liverpool, manja????

- Ademilson Carlos de Sá

B R A V O!!! Paulo Farat não esqueça: “Afina isso aí moleque!” Hahahaha Tremendo profissional, sou teu fã, Grande abraço!

- Dudu Portes

Show é sensacional. Mas a s sensação intimista de parecer que a live é um show particular, dentro da sua casa, do seu quarto, é impagável. Parabéns família, incluindo Guarabyra e Tommy...

- Ricardo Amatucci

Paulo Farat vai esta nas lives do Papo Na Web a partir de amanha apresentando "Os Albuns Que Marcaram As Nossas Vidas"" Não percam, www.facebook.com/depaponaweb todas as terças-feiras as 20:00 horas

- Carlos Ronconi

Caro Luiz Carlos Sá, as canções que vocês fazem são maravilhosas, sinto a energia de cada uma. Tornei-me um admirador do trabalho de vocês no final dos anos 1970 com o LP Quatro e a partir de então saí procurando os discos de vocês, paguei um preço extorsivo pelo vendedor, os LP's "Casaco Marrom" do Guarabyra e "Passado, Presente e Futuro" (primeiro do Trio), mas valeu. tenho todos em LP's e CD's até o Antenas, depois desse só em CD's e o DVD "Outra Vez Na Estrada" exceto o mais recente "Cinamomo" mas em breve estarei com ele para curtir. A última vez que vi um show da dupla (nunca vi o trio em palco), foi no Recife no dia 16/04/2016 na Caixa Cultural, vi as duas apresentações. Levei dois bolos de rolo pra vocês, mas o Guarabyra não estava. Quero registrar que tenho até o LP "Vamos Por Aí", todos autografados, que foi num show feito no Teatro do Parque, as apresentações seriam nos 14,15 e 16/10/1992 mas o Guarabyra perdeu o voo e só foram dois dias, no dia do seu aniversário e outro no dia 16. Inesquecível. Agora estou lendo essas crônicas maravilhosas. Grande abraço forte e fraterno e muita saúde e sucesso pra vocês, sempre. P.S. O meu perfil no Facebook é Xavier de Brito e estou lá como Super Fã.

- Edison Xavier de Brito

Me lembro de ter lido algumas destas crônicas dos discos quando voce as publicou no Facebook em 2013, Sá. Muito emocionante reler e me emocionar de novo. Voces foram trilha sonora importantíssima dos últimos anos da minha vida. Sou de 1986, portanto de uma geração mais nova que escuta voces. Gratidão e vida longa a voces!

- Luiz Fernando Lopes

Salve!!! Que maravilha conhecer essas histórias de discos que fazem parte da minha vida. Parabéns `à Backstage e ao Sá! E, claro, esperando a crônica do Pirão. Esse disco me acompanha há mais de quarenta anos! Minhas filhas escutaram desde bebês e minha neta, que vai nascer agora em setembro, vai aprender a cantar todas as músicas!

- Maurício Cruz

com esse time de referências musicais (exatamente as minhas) mais o seu talento, não tem como não fazer música boa!!!! parabéns!!! com uma abraço de um fã que ouve seus discos desde essa época!

- nico figueiredo

Boa noite amigo, gostei muito das suas explicações, pois trabalho com mix gosto muito mesmo e assistindo você falando disso tudo gostei muito um abraço.

- Rubens Miranda Rodrigues

Obrigado Sá, obrigado Backstage, adoro essas histórias, muito bom, gostaria de ouvir histórias sobre as letras tbém, abç.

- Robson Marcelo ( Robinho de Guariba SP )

Esperando ansioso o Pirão de Peixe e o 4. Meu primeiro S&G

- Jeferson

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