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SUMÁRIO / Sumário

Carnaval em abril

29/04/2022 - 12:51h
Atualizado em 01/07/2022 - 09:59h


Fotos: Ana Cecília Abreu | Marco Antonio Teixeira (RioTur. Foto de abertura) 

 

O desfile das 12 escolas de samba do grupo especial – seis em cada noite -  aconteceu, excepcionalmente, nos dias 22 e 23 de abril, feriado de Tiradentes, por conta da pandemia, com um atraso de quase dois meses em relação à data oficial do carnaval. Houve menos tempo para a montagem, que aconteceu algumas semanas antes do evento, sob a coordenação de Christian Oliveira. 

 

Pela experiência da Gabisom, na Marquês de Sapucaí desde o início dos anos 2000, o sistema de trabalho já está bem estabelecido, mesmo sob condições adversas geradas pelo adiamento e demanda reprimida  por eventos. “O carnaval em paralelo com outras ações e festivais fez tudo se tornar maior do que o normal”, comenta Peter Racy da Gabisom. 

 


As caixas foram distribuidas em 36 torres na Avenida

 

Uma parte bem complexa dessa montagem é o cabeamento. “São duas semanas só para isso, passando cabos embaixo das frisas, subindo nas torres em cima das quais ficam as caixas de som. São carretas e carretas de cabos. Depois, no final, são mais de duas ou três semanas só recolhendo-os. É o evento da empresa que mais tem cabos”, afirma Peter.

 


Peter Racy

 

A grande preocupação é sempre com a solidez do sistema. Por isso, ainda que todo o caminho do áudio principal seja no formato digital sem fio, ainda há sistemas de backup em fibra ótica e analógico. “Sempre tem que ter o plano B e o C. A fibra e o multicabo analógico estão passados e testados”, aponta Racy. Vale ressaltar que, hoje em dia, são feitas apenas duas conversões AD/DA em todo o caminho percorrido pelo sinal.

 


L-Acoustics K1 para arquibancadas, K2 para a pista e Kara para as frisas

 

Elas chegaram a ser mais de dez no início dos trabalhos da Gabisom. A sonorização se manteve com o mesmo perfil: L-Acoustics K1 para arquibancadas, K2 para a pista, Kara para as frisas e Norton LS8 na Praça da Apoteose, Presidente Vargas e recuos.

 

 

Segurança do sistema e caminho do sinal
 

No contêiner da sonorização tem três Consoles Yamaha Rivage PM10 que recebem os sinais divididos. Após serem conferidos, os sinais são enviados para a mesa de mixagem, com Luiz Carlos T. Reis, e para a mesa Master, com Valtinho Silva, que faz a masterização e distribuição. Antes dos sinais chegarem à mixagem, são esplitados para os estúdios da Globo, onde recebem o tratamento específico para TV. 

 

 


Mais um ano com as Rivage no contêiner

 

Nos grupos de voz, harmonia e bateria estão oito puxadores, quatro canais separados para cavaquinho, violão e mais o que a escola trouxer, e 12 canais para bateria. São 24 canais por carro. O sinal sai tanto por meio de RF como pelos cabos de backup (fibra e multicabo analógico). Giovane Celico Paes é o responsável por acompanhar os scanners de frequências e as melhores faixas de backup, “porque, por exemplo, se chega uma banda em um camarote com oito microfones, temos que trocar frequências”, observa o coordenador. 

 

 


Giovane Celico Paes

 

Já Marcos Possato, que opera a mesa de recepção do sinal, tem a preocupação e de mandar o sinal mais limpo e uniforme possível para a mesa de mixagem. “Temos multipontos de captação RF que chegam aos 9000 (sistema sem fio da Sennheiser)", explica. Nas duas trocas de fibra e multicabo que acontecem no decorrer da avenida, Possato também verifica se o volume está uniforme para que, caso sejam usados, não aconteça nenhum “salto” no som.

 

 


Marcos Possato

 

Para captar os cerca de 300 ritmistas da bateria são usados 24 microfones, com alguns individuais nos melhores músicos – principalmente os kits específicos para bateria - e mais os de over. Eles são montados em varas e carregados por técnicos que se distribuem em pares por cada naipe de instrumentos, como surdo, caixa, repique ou cuíca, acompanhando o movimento da bateria. O posicionamento deles no naipe acontece de acordo com as orientações que chegam da sala de mixagem para a pessoa da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) responsável pela comunicação com os mestres de bateria. Entre os modelos utilizados para a captação da bateria estão os Sennheiser E-904 e MD 421, kits dos Audix D6, D4 e D2 e os Shure VP88 e SM57.

 


Microfones preparados para captar a bateria

 

 

Delay

Parte da alma da sonorização na Avenida é o delay. Ele é que permite que os desfiles - verdadeiras óperas itinerantes – sejam plenamente ouvidos, sem sobreposições entre som amplificado e acústico e sem que o som amplificado soe fora de sincronia com a bateria.

 

Ainda que o sistema seja complexo, o princípio de funcionamento é relativamente simples: o carro de som tem um posicionamento na avenida indicado por um software. Quando se coloca em frente à torre 1, no início do desfile, o posicionamento do carro começa a ser monitorado. O tempo de delay do som, em qualquer ponto da Avenida, sempre vai ser ajustado em relação ao movimento das escolas. São 36 pares de torres com caixas de som até o fim da Avenida e a cada cinco metros acontece a mudança de programa na console para os ajustes de delay. “Onde está o caminhão, o som amplificado diminui para o acústico prevalecer. Isto porque tudo é importante, mas o som da bateria acústica é muito alto. Apenas o som da bateria natural já é impressionante”, ressalta Valtinho.

 


Valtinho

 

Nos últimos seis anos, as mesas foram alternadas entre SSL e a Yamaha Rivage. Em 2022, esta última foi usada novamente. “Ela atende perfeitamente pela quantidade de saídas e os recursos complementares. Os prés do Rupert Neve dela fizeram com que o médio grave ficasse um pouco encorpado, o que é ótimo”, acrescenta Valtinho.

 

O carnaval de 2022 foi vencido pela Grande Rio. As outras escolas que se classificaram para o desfile das campeãs foram a  Beija Flor, Viradouro, Vila Isabel, Portela e Salgueiro.

 

 

 

 

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