Curso de produção fonográfica em nível universitário

Aulas em estrutura de estúdio

Já vai longe o ano de 2009, quando o professor Luis Antônio Galhego Fernandes e o então diretor da fatec de Tatuí, Mauro Tomasella colocaram em prática a ideia de montar um curso universitário tecnológico em produção musical. A ideia surgiu a partir da demanda por conta do Conservatório de Tatuí: escola de música tradicional na cidade, que atrai grande número de músicos tanto das áreas popular como erudita. Em colaboração com o governo do estado de São Paulo, os dois professores conseguiram colocar de pé um curso que, hoje em dia, tem mais de 200 alunos e uma estrutura consistente que abrange todos os estágios da atividade de produção musical, desde a música, passando pela engenharia de áudio e chegando até a parte comercal.

Sala de gravação com 180 m2

O curso de produção fonográfica da Fatec de Tatuí é um curso universitário tecnológico com duração inicial prevista de seis semestres. Ele é dividido em três grandes áreas: produção musical, engenharia de áudio e gestão de recursos e pessoas, os três com a mesma carga horária. A sala de gravação do estúdio foi construída de forma que pudesse dar conta tanto de uma orquestra completa como de grupos menores de músicos, com quatro ou cinco pessoas, e tem 180 m2. A técnica, de 170m2, foi construída também para acomodar os 40 alunos de cada turma de forma que possam acompanhar o processo todo da produção de um fonograma. O curso também dispõe de uma sala de aula de mixagem separada,  sala de edição, um laboratório com 21 estações de trabalho para duplas de alunos, cada uma com computador, interface, controladora, e mais duas salas de aula acusticamente tratadas para treinamento auditivo.

O curso dispõe de grande número de microfones para as gravações acústicas

Mas não bastariam os equipamentos se não houvesse um projeto de ensino que vai além das aulas. A ideia é funcionar como uma verdadeira unidade de produção, como explica o coordenador do curso, o músico José Carlos Pires Junior.  “Percebemos que, para ser uma escola de produção fonográfica com destaque, tínhamos que virar um meio de produção. Como a Fatec não pode obter lucro, vimos que tínhamos de ser um meio de produção filantrópico. A troca com os artistas seria produzir as gravações desde que eles topassem trabalhar com alunos na equipe técnica e professores na equipe principal de realização”, coloca o professor. Foi então estruturado o projeto da gravadora experimental.

Para fazer o curso e aproveitar essa estrutura, a pessoa que estiver interessada faz o vestibular. Se aprovada, assiste as aulas regulares e cumpre as 240 horas de estágio do curso nos núcleos profissionalizantes. “Varios núcleos foram criados: um é a gravadora experimental, outro é o de acústica, um de áudio para games, um de audiovisual, um de produção e eventos, um de eletrônica e elétrica, um de composição musical, um de tradução de inglês...  São vários deles criados para oferecer ao aluno estágios e fazer com que a Fatec seja, além d uma escola de áudio, um meio de produção fonográfica eficiente  que possa colocar no mercado profissionais. Planejamos uma agencia 360, onde fazemos a seleção do artista, preparação dele, condução da gravação, mix e master, projeto de distribuição e marketing. O corpo docente, de 19 professores, foi criado já a ter todas as áreas do processo fonográficos cobertas”, detalha José Carlos.

Atualmente a gravadora experimental da Fatec Tatui já lançou o sétimo disco. São 208 alunos por semestres a partir dos quais são selecionados os participantes dos núcleos. Todas as atividades são geridas com produção executiva, musical e engenharia de áudio, e as equipes são selecionadas entre alunos do curso. “Os alunos mandam portfolio solicitando a vaga e os professores selecionam dois ou três. No final do curso, os alunos mais ativos já fizeram vários estágios e podem ter participado de duas a três gravações”, conclui o coordenador do curso.

Para saber mais sobre vestibulares e curso, acesse https://www.fatectatui.edu.br.

Crédito das fotos: divulgação/Lucas Correria Meneguette