Música em luto

Duas perdas grandes para a música essa semana: no Brasil, o falecimento do guitarrista Paulo Rafael, integrante há mais de 40 anos da banda de Alceu Valença e criador das maiores assinaturas sonoras do cantor, provocou comoção no meio musical. Em Londres, a morte do baterista Charlie Watts mostra que uma época está passando.

Paulo Rafael

Nascido em 11  de julho de 1955, ainda nos anos 70, o músico integrou a banda Ave Sangria, famosa na cena psicodélica de Recife(PE), além de ter lançado os álbums solo Orange, Vagalume e Alado. Como guitarrista da banda de Alceu Valença, foi o responsável, a partir de 1975, por levar uma pegada rock para o som do cantor, o que se tornou uma marca musical de Alceu. Os solos de Paulo Rafael em músicas como Morena Tropicana e Anunciação são praticamente parte da composição. Falecido em 23 de agosto de 2021 por conta de um câncer no fígado, sua morte causou comoção no meio musical brasileiro.

Charlie Watts

A morte do baterista dos Stones tem uma dimensão que vai além da música. Nos anos 60, os Rolling Stones foram uma das bandas inglesas que subiram no foguete das mudanças comportamentais e da explosão da indústria fonográfica, se tornando trilha sonora de momentos decisivos do século passado.

Charlie Watts era o membro mais velho ainda atuante nos Rollig Stones. Nascido em 2 de julho de 1941 em Londres, Charlie era mais fã de jazz que de rock, e aprendeu a tocar tentando imitar o som dos músicos de jazz que ouvia nos discos. Chegou a trabalhar no meio publicitário londrino antes de entrar para os Stones em janeiro de 1963 sem imaginar aonde chegaria.

Charlie não fazia parte da “linha de frente” midiática da banda. Dava poucas entrevistas e, nos intervalos das turnês dos Rolling Stones excursionava com sua banda de jazz, com a qual chegou a fazer shows no Brasil. Faleceu de causas não reveladas no dia 24 de agosto de 2021.

Fotos: Reprodução Instagram / Getty Images