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SUMÁRIO / Sumário

Produção musical: Thiago Bianchi

28/07/2021 - 17:55h
Atualizado em 13/09/2021 - 11:34h

 

 

As melhores opções de equipamentos analógicos e digitais, equipe de primeira, hospedagem e um cardápio exclusivo, digno dos melhores restaurantes, para as bandas poderem fazer uma imersão completa no trabalho: isto é o que você encontra no lendário Fusão VM&T Estúdios em Cotia (SP).

O Fusão pertence ao famoso músico e produtor do mundo do metal, Thiago Bianchi, o mago da produção e da voz do heavy metal brasileiro. Thiago tem mais de 400 álbuns produzidos - vários deles eleitos como melhor do ano no segmento – ganhou discos de ouro e ainda tem trabalhos  indicados ao Grammy. Atualmente, tem 57 produções ocorrendo de forma simultânea atualmente em seu estúdio.

O produtor musical, também diretor, roteirista e produtor de videoclipes e DVDs, recebe a Revista Backstage para uma entrevista no seu estúdio e conta os segredos da melhor produção.

 

 

 

- Como funciona o estúdio? Onde fica?

Bom, o estúdio Fusão VMT está localizado em Cotia (SP), em uma chácara em que eu moro, onde temos alojamentos para as bandas se hospedarem. Na verdade, acho importante, antes de tudo, contar um pouco de como vim parar aqui. Este local é o meu sétimo estúdio. Comecei com um estúdio no qual havia três salas para ensaio. Por conta da minha mãe - a cantora Maria Odete, grande vencedora dos festivais dos anos 60, e quem lançou o Caetano Veloso - pela necessidade de gravar o novo disco dela e também a minha necessidade de gravar o meu primeiro com a banda Karma (que mais tarde se transformaria numa das maiores bandas de prog. metal brasileiras para o mundo), passamos a investir em alguns equipamentos de gravação. Mas logo ela se aposentou e eu segui adiante.  

 

 

- Como é o esquema de ficar hospedado? Por que teve essa ideia?

Já de início, nessa época, como tínhamos poucos recursos para obter grandes timbres, acabávamos focando muito na qualidade musical das captações das gravações, e isto demanda tempo. Então a minha banda e as outras que nós recebíamos lá constantemente precisavam passar a noite no estúdio para aproveitar ao máximo o tempo que tínhamos disponível para finalizar as gravações. Aí ficava aquela coisa ‘maravilhosa’ com pessoas dormindo nos corredores e nos cases de bateria (risos). Logo uma coisa ficou muito clara: precisávamos ter quartos de hóspedes quando os músicos estivessem lá. E também, sob um outro ponto de vista, os meus grandes heróis, as minhas bandas de coração - como Rush, Metallica, Queen, Pantera dentre tantos outros nomes - tinham essas histórias de que seus grandes discos haviam sido gravados em fazendas, chalés, ficando isolados do mundo focando apenas na produção de suas obras. Então para mim, desde moleque, uma coisa ficou clara: o melhor jeito de se fazer grandes obras é com a imersão completa no disco que você estiver criando. E é justamente isso que oferecemos aqui no Fusão. Não são apenas grandes marcas de equipamentos que fazem necessariamente um grande disco, mas sim a qualidade da arte, o foco e a doação que você oferece à obra no momento de sua feitura.

 

 

 

 

- Tem pacotes específicos?

Sobre pacotes, só existe um. Trabalho da seguinte forma: eu evito ao máximo pegar bandas e estilos que eu não gosto, pois eu acredito que deva existir uma honestidade não só filosófica, mas também emocional do produtor para com a banda que ele está trabalhando. Ou seja, as bandas que recebo aqui são de trabalhos que acredito no potencial e admiro, sendo que a produção é 100% minha, desde a pré-produção até a master (salvo alguns profissionais que trabalham comigo os quais comentarei). Dessa forma, eu incentivo as bandas a terem essa experiência de total imersão na gravação de seu trabalho quando estão aqui. Sendo assim, qualquer trabalho que você fecha aqui no Fusão, a estadia já está inclusa. Tudo bem, tudo isso é muito bacana! É muito legal! Mas o que realmente também vem sendo muito celebrado pelas bandas que por aqui passam é a dona Roberta Bianchi, minha esposa (risos). Ela não só organiza a coisa toda, mas também é responsável pela culinária do catering oferecido às bandas durante sua estadia. E isso se transformou em algo diferenciado demais em toda essa aventura. É importante salientar que toda a alimentação está inclusa no pacote, você literalmente não precisa trazer carteira para cá (risos). Então essa parte da alimentação realmente acabou se transformando em algo muito especial das gravações, pois não tem comidinha simples, é sempre filé a parmegiana, churrasco, hambúrgueres gourmet, comida típica mineira, típica mexicana e, se ela estiver de bom humor, até drinks (risos). Inclusive vale até comentar que ela foi elogiadíssima pelo próprio cheff Henrique Fogaça (o famoso cheff de culinária, jurado do programa mastercheff) quando ele veio gravar aqui o disco de sua banda chamada ‘’Oitão’’ a qual eu também estou produzindo. Bom, e voltando às instalações, oferecemos piscina, sala de musculação, salão de jogos, fliperama, cinema, ou seja, tudo que os músicos amam fazer quando não estão se ferrando lá dentro do estúdio no momento das gravações.

 

 

 

- O estúdio funciona com uma equipe fixa?

Sobre a minha equipe, posso dizer com certeza que nessa área também tenho muita sorte, pois o pessoal com quem trabalho, além de grandes profissionais, são pessoas muito especiais e com energia muito, muito boa. Afinal, ao meu ver, é muito importante saber que cada um que põe a mão no seu disco, na sua obra, imprime uma digital. Isso tem que ser levado em consideração, e essa galera tem essa vibe “cristal clear”. Bom, de cara já começo falando do meu parceiro Henrique Pucci, que além de irmão de banda - é também baterista da banda Noturnall na qual canto - possui equipamentos aqui no estúdio, também produz bandas e me ajuda com edições de bateria. Sobre isso, é legal comentar que ele, sendo o genial baterista que é, traz um olhar muito clínico sobre a maneira de se tratar uma bateria a partir do qual obtemos resultados incríveis no produto final. Uma vez que em um mundo em que as baterias são excessivamente editadas, ficando quase uma bateria eletrônica, com o Henrique temos esse tratamento de sintonia fina para que a bateria fique o mais real possível, focando muito mais na execução do que necessariamente em edição. E ainda falando sobre isso, trabalho também com dois incríveis editores de bateria: o Sylvio Castro e o Paulo Roberto Albino, que fazem verdadeiras obras de arte de edição para nós aqui. Ainda no quesito colaboração artística de edições, também devo falar do grande Léo Mancini  -  famoso guitarrista e artista solo que também trabalhou com o Thiago na Noturnall como guitarrista -  que é um verdadeiro mago das edições de voz. Devo frisar que com ele já operamos verdadeiros milagres em algumas vozes por aqui (risos). E finalmente meu assistente produtor, Douglas das Neves, mais conhecido como Dogão, que além de também produzir bandas aqui no Fusão, me ajuda na organização do dia-a-dia do estúdio e é uma peça fundamental da prospecção de clientes. E ainda falando sobre isso, essa também é uma área muito especial aqui do estúdio, pois também contamos com ‘’tubarões’’ que buscam, diariamente, por bandas que se adequam ao meu estilo de produção. São eles: Pedro Canaã , Marcos Sel ‘’Susto’’, Flávio Zanella e Gabriel Lima. Bom, isso sem contar os inúmeros parceiros que conto no processo da feitura de um disco, todos eles não menos incríveis e geniais. Nomes do calibre de Carlos Fides (artes, logos, capas e conceito artístico), João Duarte (designer gráfico), Pablo Greg ( arranjador de cordas, guitarrista e tecladista), Gabriel Triani (genial baterista e também editor), bom, a lista é longa.   

 

 

 

 

- Por que gravar em um grande estúdio em um momento em que a tendência são as pessoas cada vez mais investirem em home studio? E que diferença isso faz no interesse de uma grande gravadora no seu produto?

Bom, de bate pronto, digo que, sem sombra de dúvidas, os grandes discos da história têm uma coisa em comum: neles foram dedicados não só incríveis quantidades de energia, mas também tempo, trabalho em equipe e produção orquestrada por grandes profissionais com extensas carreiras trazendo assim uma profundidade que você simplesmente não consegue obter sozinho, no quarto da sua casa. Claro, o home Studio chegou para ficar e você pode sim, com certeza, alimentar toda uma indústria musical a partir de produtos feitos com poucos recursos. Claro, isso é possível, é o que estamos vivendo agora. Mas para você ter uma rápida noção da realidade dos fatos é só você ouvir alguns discos dessas grandes bandes que eu mencionei agora a pouco e compará-las ao que temos disponível no mercado hoje em dia. Não me entenda a mal, sou a favor da tecnologia e de todas as facilidades que ela traz nas nossas vidas no dia a dia, mas não podemos nos enganar e dizer que todos os pontos são positivos, pois não é esse o caso. Ainda assim, também não tem outra saída, mas devo comentar que, de fato, existe o fator equipamentos. Sim! Agora finalmente podemos falar dos equipamentos. Seria hipócrita da minha parte se eu não contasse para vocês o quanto persegui a minha vida inteira o timbre ideal de cada instrumento, e nessa equação, temos sim que levar em conta o fator equipamento, pois junto a tudo aquilo que eu já comentei anteriormente sobre fazer uma obra musical, a vibe, as pessoas envolvidas no processo, também devemos ressaltar o quesito qualidade de captação. E claro, isso também aliado à qualidade do ambiente equipamentístico de onde você finalizará sua mix e sua master. E isso só vem quando você realmente tem toda uma gama de equipamentos à sua disposição. Aqui falo, por exemplo, da mesa que está chegando agora no estúdio, motivo de grande celebração para nós aqui, pois trata-se da lendária Amek Recall 56 ch com compressores e equalizadores e prés 9098, desenvolvida pelo mestre Rupert Neve que, inclusive, lamentavelmente nos deixou recentemente (em 12 de fevereiro de 2021). Vale comentar, inclusive, que é uma mesa com pedigree, pois ela chegou ao Brasil encomendada pela Rede Globo para fazer o som dos programas Domingão do Faustão, Altas Horas e Jô Soares. Então por aí você já tem uma ideia das bandas que passaram por essa mesa. Bom, e lá ficou durante alguns anos até chegar na mão do meu amigo produtor Alessandro Sá, onde também por ela passaram grandes nomes em seu estúdio G3.


É legal dizer também que essa mesa em específico, a Recall RN, sempre é e foi item de exigencia por artistas do calibre de Guns & Roses, Pavarotti, Mötley Crüe dentre muitos outros para suas gravações.


Voltando à pergunta do porquê gravar em um grande estúdio, isso tudo nos leva para a verdadeira questão da história: o preço desse investimento que o artista pagará para ter acesso a tudo isso. Esse é o ‘’x’’ da coisa. Tem que ser um preço justo e atrativo aos olhos do artista. E essa, para mim, é a grande moral da história, que resume tudo isso que falei até agora. Aqui facilitamos ao máximo o pagamento e o valor total do preço da obra, uma vez que também sou músico, de família de músicos (além da mãe de Thiago, seu pai também é músico: o conhecido baterista Jovito, que acompanhou grandes nomes do MPB, tais quais Roberto Carlos, Elis Regina, etc) e sei bem o quão doloroso e decisivo pode ser o fator custos de uma obra para o artista, pois vivo isso no dia-a-dia, na minha própria estrada. Então mantenho o espírito de ajudar os meus colegas músicos bem vivo. Bom, já não posso falar por outros estúdios, mas este é o meu ponto de visto aqui para o Fusão. Sobre o quanto esse resultado final é atrativo para uma gravadora só me resta dizer que se você é um artista que quer o melhor para sua arte, você tem que buscar esse melhor e isso você de fato vai encontrar com estúdios e profissionais gabaritados e de extensas biografias. De novo, tudo isso se resume ao quanto você realmente quer para sua arte. Aqui no Fusão nós temos tido uma onda muito boa em que a grande maioria dos discos que tem sido produzidos aqui tem fechado com gravadoras pelo mundo e eu acredito que muito disso deve-se ao empenho que empregamos em cada disco.  

 

 

- Existe algum tipo de padrão técnico/artístico implantado no estúdio usado para finalização dos trabalhos?

Sim. Apesar da grande quantidade de bandas com quem trabalho e trabalhei - atualmente tem 57 bandas sendo produzidas aqui no Fusão - dedico um tempo igualitariamente profundo a cada uma, pois acredito que cada disco é um universo que merece ser explorado em sua totalidade. Acredito que eu seja muito requisitado, de acordo com o que as pessoas me dizem, por ser muito metódico em todo o processo. Desde a pré-produção, que é onde na verdade, gasto o maior tempo possível - na certeza de que são autênticas boas músicas ou bons materiais artísticos se estivermos falando de clipes e vídeos - até a entrega do material. E digo isso porque, pasmem, não é uma coisa que todo mundo presta atenção, que é o seu propósito com aquele produto. Propósito é tudo na vida, e as pessoas as vezes literalmente esquecem que as músicas tem que ser boas, e na ânsia de finalizar o álbum, nesse processo, acabam acelerando e queimando algumas etapas sem dar a devida atenção naquilo que é mais importante: o propósito da sua mensagem com essa obra. Então voltando ao quesito metodologia, esse é um dos grandes pontos da minha produção. Eu realmente me envolvo profundamente com a mensagem daquilo que estou produzindo. Por isso comentei que evito gravar bandas que não gosto do som, pois eu me envolvo muito com o trabalho. Na sequência disso acredito que posso frisar também o tratamento nas execuções dos músicos. Eu sempre tento extrair ao máximo aquilo que a pessoa nem imagina que tem a oferecer, focando assim muito mais no que a arte do coração dele é, e não do que o computador a transforma. Algo também incrivelmente importante que deve ser salientado é a grande dedicação que aplico na gravação das vozes dos artistas, em que me doo profundamente nas execuções das vozes, fazendo um trabalho intenso na qualidade daquela mensagem que está sendo captada, não só na qualidade do som, mas também na técnica do canto, nas letras e principalmente na emoção daquilo que está sendo buscado. Acho que também devo comentar sobre a minha dedicação que disponho nas guitarras, uma vez que tenho a sorte de terem passado pela minha carreira grandes nomes da guitarra mundial. Uma coisa que também acho legal comentar é que tenho também alguns clientes para os quais uma assessoria completa de gestão de carreira. Junto com estes clientes, dirijo o conceito artístico e faço o gerenciamento de seus lançamentos. Ainda sobre a questão ‘’propósito’’, acho que vale a pena dizer que uso muito daquilo que vivo na estrada nas bandas que estou produzindo, por exemplo. Acredito que consigo dizer com uma boa precisão sobre um refrão que vai funcionar ou não, por exemplo, pois vivo isso de show a show. Acredito ser esse um ponto muito interessante, pois tento sempre trazer para o estúdio um ambiente de um show, já que só assim para você ter a real certeza de que aquela música funcionará ou não ao vivo. Claro, tem também a questão novamente dos equipamentos. Tenho toda uma história com cada marca de instrumento, estilo de música, para poder chegar mais rápido naquilo que nem a própria banda sabia que poderia entregar. E isso tudo aliado a relação humana que acabo desenvolvendo com as bandas, pois nessa busca, por achar sua grande obra, acabamos todos nos transformando em pessoas melhores, lado esse filosófico que procuro empenhar também em cada trabalho que assino.

 

 

 

 

- A mesa do Fusão era uma SSL axion e você comentou da recém-chegada Amek Recall Rupert Neve. O que uma console traz para o som da música? Os plugins que simulam os pré-amplificadores famosos já não dariam conta disso? A mistura dos consoles ainda faz diferença em relação à feita no Pro Tools ou outro software?

Sim, usamos por seis anos aqui uma SSL AXION MT+. Grande mesa. Chegamos a resultados além da imaginação, mas por se tratar de uma mesa digital/analógica, devo admitir que constantemente ficava com a sensação de que algo estava faltando, apesar de estarmos falando de uma SSL. E isso mudou drasticamente com a chegada da Amek Recall Rupert Neve, pois além de ela ser totalmente analógica, ainda traz a lendária timbragem dos equalizadores, prés e compressores 9098 em todos os seus 56 canais. Eu acho que a gente pode ficar discutindo a semana inteira aqui sobre o estilo e a diferença de timbragens entre o digital e o analógico, de plugins e equipamentos reais, mas o que não tem discussão é o tamanho e a pressão entre um e outro. Equipamentos analógicos não interpretam os áudios com zeros e uns, como um computador faz. Eles realmente captam o sinal no eletromagnetismo do vácuo e entregam ao gravador na sua totalidade de harmônicos, coisa que um computador capta, mas transforma em código binário, apenas tentando interpretar o áudio real gravado. Então isso fica evidente no resultado final: um disco feito inteiramente em equipamentos analógicos (claro, isso sem começar a velha discussão entre tape vs. Pro tools) a diferença no nível de pressão, espaçamento 3D, profundidade harmônica, maciez de pontas entre graves e agudos... devo ser totalmente honesto com vocês e dizer que não tem comparação, ao meu ver. Não tem o que falar, analógico ainda é infinitamente superior ao digital. Falando sobre sua pergunta sobre os plug-ins, claro, eu sou também um grande fã de plug-ins. Falando aqui sobre o estúdio, temos uma vasta gama de pacotes de plug-ins, desde Universal Audio, até Slate, Waves, STL, IK Multimedia, Neural, etc. Claro, uso e abuso dos plug-ins, amo todos eles, mas a verdade nua e crua é que, novamente, ainda não tem comparação com o rodar de um botão real de um Neve, de um Manley, de uma Destressor, de um Mesa Boogie, de um Deezel... Sim, claro que os plug-ins são muito úteis e você tem que usar e abusar deles, mas os equipamentos analógicos tem que estar presentes no seu trabalho. Sobre o lance do Pro tools, e outros programas de computador e o tape de duas polegadas, só para não passar em branco, isso novamente nos traz ao assunto da captação real e da interpretação de um computador. Só que infelizmente, ou felizmente, de fato, a agilidade que você ganha com o computador acaba não tendo comparação com o manuseio de uma fita num contexto em que tudo se resume ao custo-benefício de tempo e dinheiro.

 

 

 

- Fale, por favor, sobre a estrutura geral do estúdio (salas, equipamentos, etc)

Além da mesa já exaustivamente comentada aqui, a Amek Recall, no Fusão temos uma sala técnica com os mais diversificados equipamentos do tipo Manley, SSL, o já dito Neve, também Chandlers, APIs, Distressors, Drawmers, Lexicon 480L, máquina para tape de duas polegadas Otari de 24 canais, conversão Apogee Symphonny de penúltima geração e também várias opções para guitarra do tipo Mesa Boogie, Marshall, Ampeg, Swr, e até um autêntico Dime, da linha do lendário Dimebag Darrel. Também temos duas baterias incríveis: uma DW Colectors Series de cinco tons e um bumbo, também uma Tama Star Classic de cinco tons e dois bumbos, diversas caixas de bateria, algo que também dou muita importância, em ter caixas reais de baterias no seu som, portanto temos algumas opções de DW e Tama, além de outras marcas. Também temos vários microfones do tipo Neumann, Sennheiser, Røde, Akg, Shure dentre muitos outros. Novamente vale dizer também sobre a vasta gama digital que temos no estúdio, contando com um Mac Pro top de linha conhecido como ‘’lixeirinha’’(risos), duas Octo Core da Universal Audio com todos os plug-ins da Universal Audio disponíveis. Ainda contamos com duas salas de gravação, uma totalmente dedicada a voz, guitarra e baixo, e uma outra maior para o restante dos instrumentos. Mas devo salientar que é um estúdio muito especial para captação de baterias.  Acredito que posso dizer, sem errar, que este é o estúdio com o melhor som de bateria que eu já tive na minha carreira, coisa que acredito ser fundamental na qualidade final do som de um disco. Tudo isso dentro de um ambiente de gravação bem aconchegante, confortável e especial. Aproveitando o gancho para falar de algumas pessoas que contribuíram muito para o estúdio chegar nesse nível de qualidade, que é por exemplo o Régis Rabello, que construiu e projetou esse estúdio comigo e também o genial Barna, que foi o grande responsável por toda a ligação louca que esse estúdio tem. Fica também aqui um grande abraço que mando para o Marcos Amado que também contribuiu bastante para a montagem das instalações do estúdio. E tem eu que sou muito gente fina e carinhoso (risos).

 

 

- Cite alguns grandes nomes que já produziu e fale sobre alguns álbuns que fizeram história na sua carreira

Nossa, se eu já falei muito até agora, essa resposta eu posso ficar aqui até amanhã, mas fica tranquilo que não vou fazer isso com vocês(risos). Bom, essa é uma resposta delicada, pois você sabe como é. Você fala de alguém e não fala de outro alguém e acaba te trazendo problemas, então vou tentar aqui de bate pronto, puxar pela memória. Claro, de cara falo das bandas que ajudaram a construir a minha carreira tanto de produtor como de vocalista, são elas Noturnall, Shaman, Karma, Arena mas também grandes nomes que tive sorte de contribuir de alguma forma, tais quais Edu Falaschi, Angra, Kiko Loureiro, Edu Ardanuy, Mike Portnoy, James Labrie, Timo Tolkki, Mike Orlando, Tuatha de Dannan, Henrique Fogaça, bom são muitos nomes, não somente da velha guarda, mas também busco atuar profundamente na nova safra do metal brasileiro com bandas do tipo Fth Machine, Hammathaz, Vocifer, Sinaya, Dislaze, Castellica, Clash Bulldogs dentre muitas e muitas e muitas outras. E sobre grandes álbuns, já posso te falar de cara do Edu Falaschi com o álbum Vera Cruz que eu co-produzi recentemente ao lado de Edu Falaschi e o guitarrista Roberto Barros e que com certeza é um dos discos que eu mais gostei de ter trabalhado na minha vida. O Edu não só é um grande irmão pra mim, mas também um músico incrível que eu admiro e tenho maior orgulho de contribuir, mesmo que de qualquer forma, para a sua carreira. O disco em si ficou um sonho e eu me sinto muito sortudo de dizer que faço parte dessa história. E como se tudo isso não bastasse, foi um disco que eu tive a incrível oportunidade de trabalhar com um dos produtores que mais admiro no mundo, que é o Liminha, quando gravamos as baterias do disco no seu estúdio Nas Núvens, no Rio de Janeiro. Outro disco que me vem a mente agora é o Aurora Consurges do Angra, que também participei da produção. E uma coisa muito legal que o próprio Rafael Bitencourt (guitarrista e fundador do Angra) recentemente comentou comigo foi sobre as guitarras, pois o estilo que eu imprimi em suas captações é o que eles usam até hoje, isso mais de 10 anos após a produção desse álbum. Outro disco que tenho muito orgulho é o Universo Inverso do genial Kiko Loureiro (atual guitarrista do Megadeth e ex-guitarrista do Angra). Disco esse que ganhou diversos prêmios mundo afora em todos os quesitos do qual participei, que foi produção, solos, mixagem e etc. Bom, já que estamos falando de guitarrista, outro disco lendário que tive a sorte de produzir foi o de Edu Ardanuy que é um dos guitarristas que mais amo e admiro no mundo. Ah, e tem muitos discos que ganharam disco de ouro pelo mundo, como o caso do Viuda Negra, Tuatha de Dannnam, dentre muitos outros. Bom, são muitas histórias.

 

 

- E falando de Edu Falaschi, comente mais sobre sua participação no disco Vera Cruz que tem tido bastante sucesso no mundo do heavy metal

Bom, como já disse antes, Edu e eu temos uma parceria de longa data. Nos conhecemos quando eu tinha apenas 14 anos e nessa época ele já era o Edu Falaschi, que já tinha até chamado a atenção do próprio Iron Maiden. Também trabalhamos juntos no Angra e até em um disco meu que ele fez participação, que é o Arena. Bom, são muitas histórias (risos) mas sobre o Vera Cruz, ele me convidou para coproduzir ao seu lado junto com o guitarrista Roberto Barros. Eu prontamente aceitei com grande alegria, porque já de cara, inclusive como havia falado muitas vezes com o Edu, o dia que ele fizesse um disco solo ia ser o ápice da carreira dele. E não deu outra, o disco é um tremendo sucesso e, não só o Edu, mas toda sua incrível banda, Roberto Barros, Diogo Mafra, Raphael Dafras, Fábio Laguna e o meu grande parceiro de tantos carnavais Aquiles Priester, entregaram performances irretocáveis. Então o que posso dizer facilmente é que eu nem me sentia trabalhando, mas sim me divertindo com meus Brothers para, no fim do dia, sair com o disco nas mãos. Agora falando um pouco mais tecnicamente, nós pudemos captar a bateria no estúdio do Liminha, o Nas Nuvens, que fica no Rio de Janeiro, o que foi incrível, pois o arsenal de equipamentos deles, de fato, é um sonho. A bateria foi captada num console Rupert Neve VR ‘’The legend’’, salpicada com muitos APIs, muitos UREIs, e pasmem, até alguns Pultecs reais! Já de volta aqui no Fusão, fizemos as vozes em um Manley Vox Box usando um microfone Røde K2, e um Sennheiser 441; violões passaram pela SSL e Distressors, captados num microfone Sennheiser 421; as guitarras passaram num Mesa Boogie Mark V com caixa Mesa Boogie 2x12, com microfones Sennheiser 441 e 421; os baixos num SWR Silverado com microfones Sennheiser 421 e Neumann U87; percussões passaram pela SSL e Distressors, captados num microfone Sennheiser 421 e inclusive, quem gravou foi o lendária Marcos César (um dos maiores nomes da percussão do Brasil, que tocou com nomes do calibre de Evan Lins, Vinnie Colaiuta, etc). Também tenho muito orgulho de dizer que gravei todos os corais do disco junto ao Edu e os cantores Raíssa Ramos, Fábio Caldeira e Miriam Alvelli. Bom, o disco é um sucesso, ficou em primeiro lugar várias semanas no Japão e é uma sensação no Spotify. Esses meninos merecem tudo de bom.

 

 

- A sua banda, a Noturnall, recentemente lançou um DVD rodado na Rússia e também captou um DVD com participação do Mike Portnoy numa turnê pelo Brasil. Por favor, explique o uso que fez dos equipamentos nestes dois trabalhos.

Bom, nessa hora, devo dedicar o grande espaço dessa resposta ao meu parceiro Henrique Pucci, pois ele foi o grande responsável pela captação sonora de ambos os DVDs. Ele foi providencial e cirúrgico no estilo em que imprimiu na banda em relação a captação de shows. Logo quando ele chegou na Noturnall, no final de 2017, ele automaticamente passou a dirigir o nosso modo de gravar os ‘’ao vivos’’ em que usamos uma mesa Allen Heath de 32 canais onde basicamente deixamos todo o nosso som passado, captado, todos os nossos in ears mixados, e toda a captação pronta dentro do Pro Tools. Sendo assim, em qualquer lugar que cheguemos para tocar, seja em nosso estúdio ou em qualquer palco do mundo, nosso som está sempre pronto tanto para o público quanto para o retorno em nossos ouvidos. E isso, sem sombra de dúvidas, é o grande diferencial do que nos fez conseguir essas duas façanhas que é captar todos os shows da turnê com o Mike Portnoy no Brasil e também de nossa tour com o Disturbed pela Rússia. De fato ele foi peça decisiva na realização desses feitos. Já na parte de vídeo, na Rússia tivemos a direção de câmera de Rodrigo Rossi (famoso diretor de vídeos e Tik Toker) e no Brasil, quem dirigiu foi o grande Alex Batista (um dos maiores nomes da direção de videoclipes do Brasil) e meu grande parceiro, o brilhante Daniel Maza. Posso dizer para vocês que esses dois DVDs foram verdadeiras loucuras de serem captados e admito que por muitas vezes, durante a feitura dos mesmos, duvidei de que conseguiríamos realmente chegar no resultado de qualidade. E graças a esses e outros grandes profissionais envolvidos no processo fomos muito felizes no resultado final. Quanto ao DVD da Rússia tenho muito orgulho desse registro. Primeiro: além de ser o primeiro e único DVD até agora lançado por uma banda brasileira filmada na Rússia, o show em si foi algo que não se vê muito por aí, principalmente nos dias de hoje, por conta da grandiosidade que ele traz por intermédio da simplicidade que ele é. Por esse show fica bem claro que, no fim das contas, o que realmente faz a diferença num registro é apenas a banda e o público, e devo confessar que não estávamos preparados para tamanha resposta do público na Rússia, uma vez que chegamos lá conscientes de que seriam apenas shows de abertura para o Disturbed. Mas tudo mudava quando dávamos o primeiro acorde e o público mostrava, em todas as ocasiões das datas da tour, que eles tinham feito a lição de casa sobre nós, cantando em uníssono boa parte de nosso show conosco. Portanto toda aquela preocupação de não ter um show tão produzido na história da Noturnall acabou se transformando no grande trunfo desse registro. Já no Brasil, com o Portnoy, foi igualmente grandioso em energia e público, mas dessa vez com muito mais produção de palco e plasticidade. Vale a pena dizer que tanto esses show como os da Rússia tiveram suas luzes magistralmente dirigidas pelo Beto Nogueira (lendário iluminador de grandes bandas do calibre de Tribo de Jah, Symphony X, dentre muitos outros) e o som de PA incrível magistralmente regido pelo Zé Luís Carrato (Zé Luis é um lendário sound engineer de grandes nomes da histórias do rock brasileiro, tais quais Charlie Brown Jr, Sepultura, Angra e muitos outros). Nesse DVD acabamos optando por usar, quase que em sua totalidade, os shows de São Paulo e Rio de Janeiro com algumas faixas captadas no resto da turnê, já que foram mais de 10 datas pelo Brasil. Esse material se encontra em edição nesse momento com previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2022.

 

 

- A Noturnal está trabalhando em seu novo CD, correto? Li, na matéria anterior, em entrevista que você concedeu para nós da revista Backstage, sobre a importância que dá para a conversão A/D. Explique como isso está sendo configurado neste trabalho. Quais são os momentos em que o som passa do ambiente analógico para o digital? Quando vai para o digital, você ainda volta para o ambiente analógico? Ou evita isso para diminuir o número de conversões?

Bom, na época dessa entrevista que você comentou nós ainda tínhamos aqui a SSL AXION que, como eu disse anteriormente, ela é digital/analógica. Agora, a coisa toda mudou, como também já disse anteriormente, com a chegada da AMEK RECALL NEVE. Então o processo do disco novo da Noturnall se dará inteiramente com captação analógica, convertendo para digital somente na captura digital pelo Pro Tools. Bom, como já também comentei aqui esse é um ecossistema onde acredito termos chegado no melhor resultado da minha carreira até aqui, pois creio que o melhor cenário do encontro das águas entre o análogo e o digital se dá justamente nesse formato que estamos utilizando agora, em que tudo é captado de forma analógica e armazenado digitalmente. Onde posso me aprofundar um pouco mais é na grande satisfação de poder mixar out of the box num sistema onde uso o Pro Tools apenas como uma volta de tape, realizando toda a mixagem na AMEK RECALL NEVE. Assim o sistema de áudio do disco todo fica sendo um analógico/digital/analógico (A/D/A). Aqui, novamente voltamos àquele papo sobre diferenças entre analógico e digital, sendo que, sinceramente eu não consigo descrever o prazer da sensação de se timbrar uma mixagem numa mesa analógica. Mas vale dizer também que usamos aqui para a conversão uma Apogee Symphony de 32 canais analógicos que, a meu ver, é a rainha da conversão mundial. O Head Room não tem nem comparação com o que você faz apenas dentro de um computador. Com certeza posso dizer que vivo, neste momento, o ápice sonoro de minha carreira. Portanto, não só para o próximo CD da Noturnall, mas também para as próximas produções aqui do Fusão, vocês podem esperar um salto qualitativo quanticamente superior a tudo que fizemos até agora.

 

 

 

 

- Existe um método padronizado que o Fusão Studios procura repetir em seus trabalhos, ou cada caso é um caso? Como é especificamente neste do Noturnall?

Olha Miguel, excelente pergunta! Dado ao alto giro de produções aqui do estúdio, devo admitir que o fantasma da chamada ‘’linha de produção em massa’’ tende a tentar me seduzir, mas não me deixo cair em tentação (risos). Acredito que a grande chave para tudo está na condição que você se coloca na hora de produzir uma banda em que você é diretamente o responsável pela criação de uma identidade única para a carreira desses músicos. Então um produtor tem a obrigação de achar junto aos músicos quem eles são, e isso sempre vai ser muito maior do que um som necessariamente pré-estabelecido que você tente enfiar goela abaixo só porque estava mais cômodo de fazê-lo. Um exemplo muito claro disso seriam as caixas de bateria dos discos. Vivemos nessa realidade insana onde, depois que se criou o EZ drummer, aparentemente todos os bateristas do mundo passaram a ter aquele exato som de bateria. Aqui no Fusão damos prioridade máxima para as execuções dentro do estúdio. Nas pré-produções e nas gravações focamos exaustivamente, por exemplo, na pegada do baterista. Eu sinceramente me recuso a contribuir para essa falta de atenção em que vivemos na qualidade da pegada do baterista. É insano, é como se um guitarrista não precisasse ‘’bater’’ nas cordas para fazer o som porque o computador está fazendo por ele. Quando produzo um baterista, tenho grande interesse e curiosidade em saber como aquele cara soa. Você pode observar pelos discos do mundo do rock que a caixa e o bumbo são a voz do baterista. Quando você pensa num disco, automaticamente o som da caixa e do bumbo daquele determinado disco lhe vem à mente. Então isso te dá uma noção do quão importante é isso. É claro, uso triggers, samples, a ferramenta que eu tiver a mão para melhorar o som do músico, mas sempre como uma ferramenta e não como uma muleta. A mesma coisa com o vocalista. Prefiro trabalhar ao máximo no personagem que queremos criar naquele momento do que simplesmente jogar o cara lá dentro e colocar um afinador em todas as suas linhas de vozes. Ainda acredito piamente no poder do improviso e da espontaneidade para se criar grandes momentos dentro de estúdio, e se você abusa das ferramentas você acaba se distanciando de quem é aquela banda de verdade. Falando sobre a Noturnall, se trata exatamente disso que acabei de comentar. Tudo e todos os discos da Noturnall trazem o máximo de veracidade possível em quem somos de verdade. Ou seja, quando você ouve o Aquiles Priester tocando nos discos, aquela pancada na caixa, nos bumbos, nos tons, etc é a pegada dele mesmo. Aquele é o som que ele emana quando acerta a peça. É imprescindível que as pessoas tenham acesso a essa informação quando ouvirem a música. A mesma coisa ocorre com o Henrique, que faz linhas tão incríveis, que pela própria natureza da situação trazem dúvidas se realmente foi ele que fez aquilo, e não alguma mágica de estúdio. E carrego esta máxima para os palcos na hora de produzir registros ao vivo. E isso acontece para todos os instrumentos, guitarra, baixo, voz. Portanto realismo e honestidade são a máxima em todos os projetos em que ponho a mão, tanto para a Noturnall bem como as outras bandas que produzo.

 

 

 

Especificamente sobre a fita e outros efeitos, como ainda é possível encontrar a fita? O que ela traz para o som? Você usa ela para conseguir um efeito especifico e depois passa para o HD ou ela é mesmo a principal ferramenta de registro de trabalho? Qual máquina está usando?

Porra, aqui (risos)! Bom, brincadeiras a parte, inúmeros estúdios no Brasil ainda usam a fita. De cara já me vem a mente o Osvaldinho do estúdio Mosh, que é o verdadeiro Papa do analógico no Brasil e, a meu ver, o grande nome dos estúdios do Brasil. E sim, temos aqui e posso te dizer que me sinto uma verdadeira criança quando temos a oportunidade de gravar bandas nesse formato porque, de novo, não tem o que falar, é muito superior. A maciez, a cor do som é incrível demais para poder comparar com o digital. Porém, de novo, o manuseio é muito moroso, o que tira um pouco o ritmo da gravação. Isso faz com que, às vezes, dependendo do caso, você queira voltar correndo para os braços do Pro Tools. De fato, gravar em duas polegadas é algo que não é para todos, uma vez que a banda precisa estar muito bem ensaiada e muito bem preparada para entrar em estúdio, então, de fato é um sonho, mas não é um sonho que dá para ser vivido sempre. Em relação a algum efeito específico, sim, muitas vezes passamos a captação dos instrumentos nos prés da máquina de rolo para obter todas aquelas características que comentei agora a pouco. Não é exatamente como armazenar no tape, mas é possível chegar próximo daquela textura. Ela não é nossa principal ferramenta de trabalho. Nós utilizamos o Pro Tools da última geração Ultimate.

 

 

 

 

-Voce falou bastante sobre todo o seu trabalho de produção, mas para finalizar, fale mais especificamente sobre o seu trabalho com a master na finalização dos trabalhos. Que tipo de periféricos está usando? Analógicos? Digitais? De rack? Plug ins?

Ah, legal Miguel, boa pergunta. Recentemente investimos aqui no estúdio em um rack de periféricos totalmente dedicado a masterização. Estou vivendo uma verdadeira lua de mel com estes brinquedos. São eles: Manley Variable UM, Manley Massive Passive, SSL Fusion, Compressor Drawner, Distressors, Tube tech e tudo aquele arsenal já mencionado de plug-ins. Devo admitir que esse foi um dos melhores investimento que fiz na minha carreira.

 

 

- Como você vê o futuro da música dado o rumo atual que o mercado musical vem tomando?

Bom, essa resposta só o cosmos saberia responder. Como dito anteriormente, a situação financeira mundial acompanhada pelo constante avanço da tecnologia tende a nos levar para um caminho cada vez mais eletrônico e pré-fabricado de uma indústria musical que se encontra em constante reaprendizado sobre si mesmo. Então cabe a nós, músicos e produtores, darmos cada vez mais o nosso melhor para que a música continue trazendo como sua grande ‘’pedra roseta’’ a marca do ser humano e não da máquina. Toda a consequência disso está em nossas mãos, de entendermos as nossas escolhas e caminharmos sempre para uma evolução da arte da forma mais verdadeira possível.

 

 

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