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SUMÁRIO / Sumário

Rock in Rio 2022

08/10/2022 - 09:39h
Atualizado em 10/11/2022 - 06:49h

Reportagem: Miguel Sá | Fotos: Miguel Sá, Divulgação, RioTur (Thiago Lara) e Leo Costa.

 

Em sete dias distribuídos por duas semanas, 700 mil pessoas puderam assistir a mais de 300 shows. O Festival aconteceu nos dias 2, 3, 4, 8, 9, 10 e 11 de setembro de 2022 na Cidade do Rock, no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. A abertura dos portões acontecia às 14 horas.

 

A tecnologia mais avançada e os melhores profissionais do Brasil e do mundo cuidaram do som, da luz e dos shows nos palcos que podem ser considerados os principais do evento: Mundo, Sunset, Favela e o palco New Dance Order. Havia ainda outros palcos onde, no decorrer do dia, se apresentavam atrações diversas entretendo o público que circulava pela cidade do rock.

 

No Rock District, tocaram atrações como Oitão, Noturnall, Rodrigo Santos e também nomes conhecidos como Dinho Ouro Preto, Andreas Kisser, João Barone e Lucy Alves, em projetos pessoais ou específicos para o Rock in Rio. No Supernova, implantado em 2019, se apresentaram novos talentos, nomes emergentes e também atrações conhecidas, mas que atuam em nichos específicos como Ratos de Porão, Matanza, Surra, Crypta e Mc Poze do Rodo convida Bielzin, entre diversas outras. No Highway Stage, aconteceram atividades ligadas aos patrocinadores do evento.  Já no Rock Street Mediterrâneo, aconteceu uma homenagem à cultura mediterrânea, tanto nas atrações como na cenografia. Tocaram Terra Celta, Orquestra Mundana Refugi, Wallace Oliveira e Grupo Gesto.

 

A Revista Backstage esteve nos bastidores e conferiu os equipamentos, a produção e o movimento nos bastidores dos palcos Mundo, Sunset, Favela e Eletrônico nos dias 2, 10 e 11 de setembro.

 


Palco Mundo com sistema D&B GSL

 

Palco Mundo

O maior palco do evento é também onde se apresentam a maioria das atrações de mais nome como DuaLipa, Ivete Sangalo, Iron Maiden, Coldplay, Djavan e Guns and Roses, entre diversas outras. Ewerton Leandro Manca e Giovanni Selico foram escalados pela Gabisom para fazer o atendimento aos profissionais. Paulo Batista, responsável da Gabisom pelo áudio em geral, fez a pré-produção para que, por volta de cinco a seis dias antes do evento teste, que aconteceu dia 2 de setembro, comecem os trabalhos de montagem. “Nosso dia D, em que tem de estar tudo funcionando, é o dia anterior ao evento teste”, explica Leandro. O evento teste, batizado Rock in Rio Preview, ocorreu no dia 30 de agosto entre as 16:30 e 21:30. Nele se apresentaram artistas como Criolo e Ferrugem.

 

 

Sonorização

No Palco mundo, houve mudanças em relação a 2019. Ao invés do sistema da Martin,foi usado o sistema D&B Audiotecnik GSL8 lançado recentemente. Foram montados três pares de arrays (L&R; LL&RR e mais um par de reforços laterais). Os L&R tinham 18 GSL com ainda um par de 10 sub GSL12 no fly, logo ao lado. Os L&R tinham 18 GSL com ainda um par de 10 sub GSL12 no fly, logo ao lado.  Os LL&RR usaram 14 elementos D&B GSL8 mais quatro elementos GSL12. No terceiro reforço lateral , no par extra de arrays bem nas extremidades da estrutura do palco, foram usados 10 GSL8 e duas GSL12 por lado. Ainda havia 12 subs GSL 12 por lado montados no chão e os elementos de front fill D&B V7P, com seis elementos em cada lado. Os delays contaram com onze torres – uma a mais que em 2019 – com oito elementos D&B J8 e dois subs J12 em cada uma delas. O alinhamento e a medição do sistema foi feito por meio do software Rational Acoustics Smaart V8.

 


Tambem nos delays foram usados GSL8

 

A sonorização do palco usou o sistema D&B KSL. Nos sides estavam pendurados quatro elementos de KSL8 mais dois subs SL por lado. Nos monitores de chão foram usados 16 elementos D&B M2, quatro D&B M4, quatro subs D&B B2 e 24 canais do sistema in earShure PSM 1000. A amplificação dos sistemas de P.A, assim como os de monitor, foi feita por meio dos D&B D80. O gerenciamento teve o uso do software D&B R1. Júlio Correia foi o profissional da Gabisom responsável pelo atendimento no palco.

 

Housemix

No decorrer dos dias, os equipamentos montados na housemix variaram de acordo com o que foi combinado entre a produção das atrações e do Festival. No dia 2 de setembro, estavam montadas uma console Yamaha Rivage PM 10 e PM7 para o show de Sepultura com a Orquestra Sinfônica Brasileira (com a primeira recebendo uma mixagem estéreo da orquestra da segunda); uma Yamaha CL5 para a banda Gojira, uma Digico SD10 para o Dream Theater e a Digico SD7 que estava viajando na turnê do Iron Maiden. Também estava disponível mesas do modelo Avid S6L. 

 


Mesas Yamaha para Sepultura com OSB

 

As passagens de som aconteciam pela manhã, com exceção do Iron Maiden, que fez a deles no dia anterior. “O primeiro load in é as seis da manhã. Tem que chegar às cinco e meia da manhã para dar tempo de passar todas as bandas antes da abertura de portão às duas da tarde”, expõe Leandro Manca.

 


Sepultura e a Orquestra Sinfônica Brasileira

 

Além do sistema de sonorização, outra mudança com relação ao Rock in Rio de 2019, foi o uso do Newton como outline, substituindo a mesa master que mandava os sinais para a sonorização. “Todas as mesas do show e a do festival entram nele, podendo ter até oito mesas separadas para gerenciar”, explica Leandro. Todo o sistema de P.A e delay estava em digital AES com backup analógico.

 


Visão de cima do Palco Mundo

 

Gravação do palco mundo

Santiago Ferraz foi o responsável, com Marcelo Oliveira, pela gravação das atrações do Palco Mundo. As gravações foram feitas para a pós produção dos vídeos on demand do Rock in Rio. Depois, de acordo com o que as produções selecionavam e pediam, eram selecionadas três músicas que, dependendo das demandas da produção do artista, eram remixadas em estúdio. “Sâo três músicas por show e o arquivo fica com o Rock in Rio”, completa.

 


Santiago Ferraz e Marcelo Oliveira

 

Para a gravação, foi montado um estúdio usando o da Avid, S6L. “Gravamos todos os canais e mais oito microfones independentes de ambiente fora o que já vem das bandas”. O sistema de monitoração incluia um par de Tannoys 215 DMT (as maiores) e outro de Tannoy System 1000. “Sou oldschool. Somos próximos do palco, aí para ter um volume essas Tannoy Sistem 215. E a sala está muito bem alinhada. Usamos (o som que vem do palco) bem flat. Só filtramos os ambientes e pratos, o resto mantenho (como vem) porque se precisar mexer depois pode fazer melhor”. Para a microfonação de ambiente, foram usados oito canais de Holophone. “Também temos dois BP88 para estéreo, uso alguns SM57 para um público mais massudo e quatro MKH 60 shotgun para pegar mais longe”.

 

Santiago lembra as dificuldades que passava ao gravar ao vivo com tudo em analógico. “Hoje o mundo é lindo. Quando comecei eram duas máquinas de 24, tinha que trocar fita... Hoje tem recurso que não tinha. Fazer um festival analógico não era total recall, era total lembrol (risos). tinha que fazer mapa... hoje aperta um botão, a banda passa cinco minutos e já se consegue adiantar coisa pra caramba. O digital hoje está muito avançado. A única coisa que ainda vejo no analógico é que nos graves vem uma gordura que no digital chega perto, mas ainda não é igual”.

 

Marcelo Oliveira também comemora os recursos da tecnologia. “A tecnologia vai evoluindo e cria facilidades. A qualidade do som melhora e a segurança também. Trabalhamos com redundância sempre”.

 


Sistemas L'Acoustic no Palco Sunset

 

Palco Sunset

O Palco Sunset já foi secundário, mas hoje é parte fundamental no conteúdo cultural produzido pelo Rock in Rio. Lá é o lugar dos encontros, dos shows temáticos e das atrações “bola da vez”. Entre as atrações, estiveram Luísa Sonza, Gilberto Gil, Matuê, Jão, CeLo Green, Living Colour com Steve Vai, Jessie L, os Gilsons, Maria Rita e Bala Desejo entre diversas outras. Pelo menos dois shows tiveram uma dimensão transbordante no Festival: o de Avril Lavigne e o de Ludmilla – este último, um grande espetáculo de som e luz apoteótico.

 


Os Gilsons convidaram Jorge Aragão no dia 10 de setembro

 

Tudo isso foi ouvido por meio do sistema L-Acoustics K1, com 12 elementos por lado, e K-Sub, com quatro elementos por lado. Os front fills tiveram dois elementos, sendo que no front mais externo estavam dois elementos ArcWifo por lado, no front mid, também dois elementos por lado do mesmo modelo e no front in um elemento Kara por lado. Os 24 subwoofers SB28 foram dispostos em seis posições com quatro caixas cada em configuração cardióide. Tudo usando amplificação LA8.

 


Danilo Costa e José Roberto Colado

 

Entre os consoles disponíveis para as atrações, estavam duas Yamaha Rivage PM10 para FOH e duas Rivage PM7 para monitor. Os artistas também poderiam escolher outros modelos, como foi o caso de CeLo Green, que usou uma S6L para o FOH e o sistema Allen Heath que a equipe de Ludmilla usou no monitor. O atendimento aos artistas no FOH foi feito por José Roberto Colado e Danilo Costa.

 


Bala Desejo

 

Espaço Favela

A pouca distância, quase de frente para o Palco Sunset, ficava o Espaço Favela. Ele surgiu na edição de 2019 com a intenção de colocar a cultura periférica no Rock in Rio. As atrações foram variadas, com gêneros musicais que iam do funk ao punk, passando pelo samba. Entre os que tocaram lá estavam Gangrena Gasosa, Affront,Revengin; PK convida Don Ruan, Bin e Azula; Funk Orquestra, Buchecha,Taylan, Ferrugem, Orochi e El Pavuna; Lexa, Azzy e Ella Fernandes entre diversos outros.

 


Sistema Meyersound Milo no P.A. do Espaço Favela

 

A configuração da sonorização não mudou muito com relação a 2019. Esse ano os elementos de sonorização foram Meyersound Milo, com oito elementos por lado (na edição anterior eram seis com mais dois elementos no chão), mais seis pendurados atrás da housemix fazendo o delay. A mesa na housemix era uma Yamaha CL5.

 


Meyersound Milo no delay do Espaço Favela

 

 

New Dance Order

O palco da música eletrônica apresentou 60 DJs durante os sete dias de festival. Entre eles Chemical Surf, LenFaki, Chris Lorenzo e Adriatique. Este palco usou o sistema JBL VTX V25 com doze elementos de cada lado. O mesmo número de elementos nos dois lados foi colocado nos LL&RR. A console foi uma Rivage PM10. Para o DJ, a monitoração apresentou a opção de seis elementos L’AcousticArc 2 mais dois subs SB28. Ainda estava disponível aos DJs. Os microfones disponíveis para os DJs eram os Wireless Shure Axient Btea 58 e os in ears também eram sistemas Shure PSM 1000, com quatro canais.

 

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