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SUMÁRIO / Sumário

Rock in Rio 2022 - Engenheiros de Som

13/10/2022 - 23:20h
Atualizado em 10/11/2022 - 06:49h


Reportagem: Miguel Sá | Fotos: Miguel Sá, Divulgação, RioTur (Thiago Lara), Leo Costa, Reprodução Facebook Rock in Rio.

 

Festival é sempre mais difícil, dizem todos os profissionais de áudio. Afinal, são vários shows ocupando o mesmo espaço, com menos tempo para passagem de som. No entanto,o desenvolvimento dos equipamentos digitais também permite um uso melhor desse tempo e espaço mais escasso. Além disso, um festival como o Rock in Rio também é o lugar onde os melhores profissionais do mundo e formas diferentes de trabalho se encontram. A Revista Backstage conferiu um pouco deste movimento nos dias 2, 10 e 11 de setembro nos palcos Mundo e Sunset.

 

 

Banda Sepultura e Orquestra Sinfônica Nacional

Conrado Ruther, engenheiro de P.A do Sepultura, e Alexandre Hang, que mixou a Orquestra, tiveram a difícil tarefa de juntar o heavy metal e os instrumentos sinfônicos para a audição do público. Tudo com o apoio fundamental do coordenador artístico da orquestra Nikolay Atanassov.

 


Alexandre Hang (OSB) e Conrado Ruther (Sepultura)

 

Conrado Ruther - Sepultura

“Tenho meu imput de 32 canais mais dois canais que eu recebo da mesa da orquestra. Estou usando a PM10, que é um luxo. Fica fácil de trabalhar porque tenho o mindset da Yamaha e já estou acostumado com ela. Estou gostando muito de usar as texturas, que são um circuito digital que simula dois transformadores analógicos. Um simulador de distorção nos harmônicos.

 

“Tenho bateria, baixo e três guitarras, porque em uma das músicas o Dante, técnico de guitarra, toca também, e recebo o externo da orquestra em dois canais. Tem também violões, vocais e efeitos. Trabalho mais com reflexões e algumas músicas pedem um plate. Em alguns momentos das músicas abro mais (o efeito).

 

“Tivemos ensaios da banda com a OSB na cidade das artes, junto com o maestro, e como tanto o Alexandre Hang como eu lemos partituras fica mais fácil. Essa interação ajuda muito. Ele faz a mix dele aqui e junto com a minha”.

 

 

Alexandre Hang – Orquestra Sinfônica Brasileira

“Quando nos encontramos já tínhamos cada um a ideia de como fazer. O Conrado já trabalha com o Sepultura há muito tempo, é experiente, e eu já cheguei com uma ideia de como a orquestra poderia soar sem atrapalhar a mix dele, porque são muitos microfones abertos no palco captando o (vazamento) do sepultura além da orquestra.

 

“Eu montei pessoalmente o microfone de todo mundo. Fizemos um rider com toda a indicação de microfonações, de como tinha que ser. Eles (da Gabisom) montam e eu só ajusto as posições.

 

“Em termos de família de instrumentos, a orquestra está completa. Não tem um piano, mas as famílias estão completas. Cada peça clássica pede um numero x ou mais de músicos. No caso o arranjo foi feito para essa formação que está aqui.

 

“Para as cordas, os microfones são DPA4099 em quase tudo. Em algumas, uso Schoeps MK4, AKG 414 nos cellos, madeiras com Neumann KM184, Metais com Sennheiser 421, ElectroVoice RE-20 na tuba, trompas com Audio-Technica AE3000. Nas percurssões, usei um mix de microfones condensadores e dinâmicos. Nos tímpanos por exemplo, usei um par de Neumann. Nas congas, bongô e algumas percussões de madeiras foi tudo com microfones dinâmicos como SM 57 e Sennheiser 421. Nos teclados como xilofone, marimba e vibrafones, usei também os Schoeps.A maior dificuldade é que a orquestra está na frente do PA. Isso não é fácil.

 

“Parasonorizar orquestra , usarfiltro é fundamental. Estou no limite de dar um problema o tempo todo. É uma situação radical. Os dois (banda e orquestra) tocam juntos o tempo todo. Só tem uma música no meio com orquestra sozinha”.

 

 

Nikolay Atanassov - Coordenador artístico e violinista da OSB

“Vim dar um apoio artístico para os técnicos de som para a que a orquestra seja parte integrante desse show do ponto de vista sonoro. Essa integração entre o metal e o sinfônico, porque o que faz a OSB é a música. Todos nós estamos fazendo a mesma coisa e o gênero pouco importa.

 


Nikolay Atanassov e Alexandre Hang

 

“(Com a grade de arranjo) eu indico a eles qual o naipe da orquestra que deve aparecer sonoramente. Eu iria tocar no palco, mas como perdemos um ensaio de som por conta de fortes chuvas, tomamos ontem a decisão de eu não tocar e ficar aqui orientando”.

 

 

Gojira

A banda de death metal progressiva francesa (chamada Godzilla até o início dos anos 2000) já tem quase trinta anos de estrada. Como não poderia deixar de ser, eles tocam alto e rápido. A banda francesa, composta por Joe Duplantier(guitarrista), Mario Duplantier)baterista), Christian Andreu (guitarra) e Jean-Michel Labadie (baixista), tem Johann Meyer como engenheiro de FOH.

 


Johann Meyer (Gojira)

 

“Normalmente usamos a Avid Venue S6L, mas hoje estou no plano B com a  Yamaha CL5. Ela é ótima.

 

“Eu gosto de usar plugins. Não muitos, mas coloco uma compressão na minha mix, algumas coisas que não posso fazer na Yamaha CL5, porque é um console pequeno. O que eu quero é soar bem grande. O maior que eu conseguir.

 

“Normalmente usamos re-amps e um SM57 na guitarra.Mas como não pudemos trazer todo nosso equipamento para a América do Sul, nós usamos Neural DSP Quad Cortex, que é um simulador de amplificador, que é bem similar (aos amplificadores). Soa um pouco digital demais para mim, mas para o público em geral não vai fazer essa diferença”.

 

 

Iron Maiden

A banda inglesa formada em 1975 dispensa maiores apresentações. Um dos pilares do Heavy Metal,  banda tem um fã clube dos mais sólidos no Brasil, onde já fez diversas turnês. Quem pilota o P.A desse avião – já que os aviões das turnês deles quem pilotava, até há pouco tempo, era o vocalista Bruce Dickinson – é o engenheiro de som Kenneth “Pooch” Van Druten. Ele comentou sobre a dificuldade de colocar a voz evidente no meio das três guitarras da banda e a Digico SD7 que viaja com a banda.

 

“Gosto muito dessa mesa porque ela não coloca colorações no som. É um ótimo ponto de partida.

 


Ao fundo, Kenneth Pooch Van Druten (Iron Maiden)

 

“É um lance bastante difícil (mixar voz e guitarras). São três guitarras – todas Fender ligadas em Marshall - e então eu deixoelas bem abertas e, quando tem um solo, coloco o solista para o meio. Depois do solo,  recoloco o vocal do Bruce de volta (no meio) e eles (as guitarras) voltam para o lado usando grupos. Uso compressores na voz: um CLA-2A, C6, F6 (F6 Floating-Band Dynamic) e um D-Esser.

 

“Essa imagem (falando sobre a tela na SD7 com a imagem de Bruce Dickinson cantando) é importante para mim. É para sempre ver ele, ver o que ele está cantando”.

 

 

Apoio técnico

Com várias Yamaha Rivage da Gabisom espalhadas pelos palcos do Festival, a fábrica enviou dois profissionais para o suporte aos engenheiros de som que não estivessem tão habituados ao uso das novas mesas: Lazzaro Jesus, que também é um dos técnicos de monitor mais requisitados do Brasil, e Matheus Madeira. “São consoles no Palco Mundo, Sunset, Eletrônico e no palco Game Experience. Em todos eles estavam as Rivage”, diz Matheus. Lazzaro explica que todos os plugins estavam disponíveis para todos os operadores. “Tenho dois pares de PM10, um de PM7, um de PM5 e uma PM3 na arena de games”. O técnico de monitor ficou especialmente feliz de ver o evento em pleno funcionamento após a pandemia. “Estou alegre de ver todo mudo trabalhando de novo com sorriso no rosto”.

 

 

Bala Desejo

A banda, primeira atração do Palco Sunset no dia 10 de setembro, é um dos novos valores que ganhou o Palco Sunset para se firmar. Ela é composta por músicos relativamente conhecidos na cena carioca: Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra. O grupo lançou seu primeiro álbum,Sim Sim Sim, em maio deste ano e apresentou um show já bastante maduro, com referências à Era de Ouro da MPB, do tropicalismo ao Clube da Esquina. O som da banda tem momentos de Doces Bárbaros, Rita Lee e Mlton Nascimento, com homenagens implícitas ou explicitas nos excelentes vocais do quarteto e nos arranjos executados por excelente banda de apoio. Aliás, a performance musical de cantores e instrumentistas em tempo real é uma característica do grupo. O responsável por traduzir essas cores sonoras ao público foi Braulio Passos, engenheiro de som baiano que por muitos anos trabalhou com a Orquestra Rumpilezz, do maestro Leiteres Leite, falecido em 2021.

 


Braulio Passos (Bala Desejo)

 

“Trabalho aqui com 39 imputs, entre bateria, percurssão, guitarra, teclado, violões e naipe de sopros, que nesse show é um pouco maior, com acréscimo de mis um trompete e um sax, e as quatro vozes. É sempre um desafio, porque são quatro cantores com quatro microfones abertos dentro de um palco em frente aos instrumentos que também já tem também seus microfones. Tem sempre que ajustar alguns detalhes para que essas camadas de sons não se somem e tragam problemas. Então você faz uma equalização que é muito mais corretiva que qualquer outra coisa. Você tira você não coloca.

 

“É muito bom tocar em lugares como esse, onde o sistema realmente oferece uma possibilidade de ouvir o timbre das coisas e o acesso a um material que infelizmente não é uma realidade pelo Brasil. Mas é um tempo escassopara trabalhar. Eu já tinha feito o dever de casa, porque a PM10 era uma mesa que eu não conhecia, e a equipe da Gabisom é sensacional. Já tinha feito uma cena com o básico.

 

“Eles tem muita coisa em coro, muita dinâmica, porque você tem quatro pessoas cantando, com toda a banda, e às vezes isso corta para um tocando um violão. Tem muita dinâmica nos arranjos e também as harmonias vocais. Tem que se preocupar para que as vozes tenham o equilíbrio certo e cada uma ali impresa.

 

“No monitor é o Pedro Capão quem trabalha com com uma PM7. Além do monitor, ele  é o produtor técnico do grupo e faz tudo para que os artistas e o grupo se ouçam bem, porque é muita demanda e eles sabem o que querem, trazendo um feedback verdadeiro. Se algum deles pede uma frequência especifica na voz, ele realmente quer ouvir isso. Eles sâo jovens mas tem uma vivência grande de estúdio e shows, porque além de tudo eles são produtores e sabem a sonoridade que eles querem. Todos usam in ear”.

 

 

Maria Rita

A cantora começou a ganhar projeção se abrigando no rótulo da MPB, entre novos compositores e algum recall da mãe Elis Regina, mas foi além e estabeleceu uma relação forte com o samba. E assim foi o show no Rock in Rio. Antoine Midani foi o responsável por trazer as texturas sonoras do gênero musical mais brasileiro conduzido pela voz de Maria Rita. Um trabalho complexo pela quantidade de instrumentos – de percussão ou harmonia – que trabalham em regiões próximas.

 


Antoine Midani (Maria Rita) e José Roberto Colado (Gabisom)

 

“O grosso é percussão, então tem muito timbre de tambor, com vários degraus de grave. Também preciso monitorar também os vazamentos... surdo com bumbo, tantam, repique, e tem muito microfone aberto, porque é um setup de percussão (em um espaço) muito apertado, com muitos microfones, e tenho que equilibrar isso com a voz dela.

 

“Sobre a percurssão, não é fácil. Tem que conhecer os músicos e saber como eles tocam. Eu demorei um pouquinho, eu já tinha trabalhado com a Maria Rita, mas eram outros músicos de percussão, então a dinâmica é totalmente diferente. Os arranjos são muito semelhantes, ainda assim tive que passar um tempo aprendendo como eles tocavam, como eles tiram os timbres, e por ai vai.

 

“Esse show foi específico para o rock in rio, com bateria, sopros e violões de seis e sete cordas. Fizemos uns seis dias de ensaio no estúdio floresta. Lamento só o pouco tempo de passagem de som, mas é festival.

 

“Já tinha trabalhado com a Rivage, uma PM10, mas nunca com a PM7. As texturas (parâmetros de simulação de distorção harmônica da mesa) funcionam bem, mas precisa de critério e tempo para fazer, ainda não estou usando. Você tem os harmônicos para os graves e agudos e se exagerar pode estragar artisticamente.

 

 

Djavan

Um dos maiores nomes da MPB fez a sua estreia no palco mundo, sendo a primeira atração do dia 10 de setembro. No palco, uma banda que incluía alguns dos maiores músicos do Brasil já entregava tudo praticamente pronto para Marcelo Sabóia no P.A e Alexandre Rabaço no monitor. Rabaço conta o recurso especial que usa para oferecer uma monitoração mais imersiva a Djavan.

 

 

Marcelo Sabóia

Trabalhamos com a Digico, porque o Rabaço trabalha muito com ela, e para não ser uma mesa lá (no monitor) e outra aquipassei a trabalhar com ela também. Essa mesa é boa pra caramba. Aqui  (no FOH) é a SD7. Uso compressões e efeitos dela. Nada externo. Só usamos essa, sempre esse equipamento. Viajamos com o equipamento, sempre o mesmo microfone, cabo... A não ser quando vamos para fora do país.

 


Marcelo Saboia (Djavan)

 

“A mesa foi no ensaio para o Rabaço poder fazer a  cena dele. Ele fazia o virtual soundcheck e eu chegava umas três horas antes e fazia a minha cena, porque não ia ter tempo para fazer aqui (na passagem de som do Rock in Rio). Não tivemos ensaio geral com PA. O meu contato com a mesa foi aqui e agora.

 

“Eu não uso muito (efeito) porque não dá. Um delaysinho na voz dele mais uma salinha na caixa e nos metais. Inclusive em lugar fechado tomo muito cuidado, porque tem muita reflexão e acaba ficando reverb em cima de reverb. Costumo trabalhar mais sequinho e ele gosta assim.

 

“Na cena eu faço grupos de bateria e baixo, os teclados todos, porque durante a música tem hora que desequilibra e eu mexo um pouquinho. Faço os grupos dos naipes e coro, porque se fica muito baixa a voz dele tenho que dar uma seguradinha na base. Faço uma dinâmica. No sax soprano eu botei uma salinha um pouco maior, e na flauta, que só toca em uma música, aí botei uma salinha umpouco maior.

 

 

Alexandre Rabaço

“O ensaio foi com a mesma mesa que usei no Rock in Rio, uma Digico Quantum 338. A minha primeira escolha é sempre uma Digico e aí vai o modelo que atende melhor o artista. A Digico 338 foi uma escolha do Gabi porque, além da mesa, eu peço o sistema Klang de monitoração, que me permite fazer uma mix mais 3D. O Klang abre mais a imagem da mixagem e tem vários modelos de hardware. O Gabi já tinha nessa 338 o Klang integrado dentro da mesa.

 

“Quando você ouve em um fone, o que tá na direita, tá na direita. O que tá na esquerda, tá na esquerda. Quando você ouve caixas, não é assim, cada ouvido escuta um pouco do que vem do outro lado. O Klang dá uma enganada no cérebro para que ele entenda que está ouvindo uma caixa de som quando está ouvindo um fone. Eu conversei sobre isso com o Djavan durante a pandemia.Ele ouve tudo com a imagem estéreo bem aberta e com a voz mais alta que tudo, com todos os detalhes. Djavan é muito sensível ao som da voz dele. Testamos algumas capsulas e quando ele usou o sistema KSM11 e o sistema sem fio Axient da Shure.

 

“Os músicos não estão no Klang. É estéreo para todo mundo, com todo mundo de fone e todos ouvem tudo. Cada músico tem a necessidade de ouvir mais seu instrumento, ou um pouco mais da harmonia, ou do ritmo, mas todos ouvem tudo com dois fones.Não tem caixa nenhuma no palco. Nesse show tinha um amplificador de baixo no palco, mas bem baixinho, atrás do Marcelo Mariano (baixista). Não incomodava ninguém. O Torquato Mariano (guitarrista) chegou a cogitar o uso de caixa, mas a gente foi ajeitando a mix dele e não precisou. Torquato usa um simulador de amplificador, e ele passou os ensaios ajeitando musica por música.

 

“Uso DPA4099 no trombone, trompete e flugel, e no sax um ATM do Marcelo (Marcelo Martins, saxofonista), trompete e soprano foi SM58. Tudo com o sistema sem fio digital da shure. Nos sopros tocam também Jesse Sadoc e Rafael Rocha e no teclado é o Paulo Calazans”.

 

 

CeeLo Green

O cantor de soul já veio ao Rock in Rio em 2017, quando cantou com Iza no Palco Sunset. Este ano fez um show especial em tributo a James Brown. Um show que contou com a participação surpreendente de Luisa Sonza cantando It’s man’s man’s world e uma sessão brasileira de percussão dando um sabor diferente ao funk tradicional estadunidense, como explica o engenheiro de som do P.A do cantor Kelo Saunders.  Ao contrário da maioria dos outros, que usaram as consoles Yamaha no Sunset, Kelo usou uma S6L.

 

“Esse é um show diferenteem que estamos tocando com alguns artistas brasileiros, o que é bem especial. Tem uma ‘pimenta’ que só os brasileiros tem. Tivemos apenas um ensaio! Neste show, tivemos pouco CeeLo Green e bastante James Brown, mas foi um James Brown com cara de CeeLo honrando este legado do James Brown.

 


Danilo Costa (Gabisom) e Kelo Saunders (CeeLo Green)

 

“Gosto de usar a S6L por conveniência. Tem os plug- ins da waves , alguns plug ins ‘old school’ como os reverbs, a compressão e o delay, mas eu gosto porque a S6L tem os plug ins da Waves incorporados a ela e eu tenho meus parâmetros salvos.

 

“Nos sopros uso os microfones DPA4099. São microfones perfeitos. Claros e não interferem no som. É muito fácil trabalhar com eles. Na voz de CeeLo , com o corpo de SM-58 uso uma capsula SE - V7MC1. É uma capsula barata e bem simples de trabalhar, que lida bem com o ruido melhor que outras mais caras. Atende a qualquer um em qualquer nível e soa muito bem”.

 

 

Luisa Sonza

A cantora esteve nos palcos subiu no Palco Sunset em três ocasiões: no show próprio onde convidou Marina Sena, na homenagem ao Rock in Rio de 1985, quando cantou Love of My Life, do Queen, e participando na música It’s a man’s man’s world, fazendo dueto com CeeLo Green. Nas três vezes, acompanhada de perto pelo técnico de P.A. Ricardo Vidal. Vidal sempre acha uma marca para o artista com quem trabalha. Na época do Rappa sempre usava um Kaos PAD. Hoje, leva um pré-amplificador Neve para a voz de Sonza.

 

“É uma artista nova trabalhando com uma equipe experiente. Procuramos passar essa experiência de grandes festivais para ela, que tem um domínio de palco muito legal.

 

“Uso, para ela, um pré-amplificador Rupert neve 575, um microfone da Sennheiser com capsula MM 445 e uso mais um compressor. Na estrada, no show normal, geralmente vamos com batera, baixo, teclado e guitarra e mais complemento pré-gravado. Aqui viemos com mais dois músicos.”

 

 

Rita Ora

A cantora nascida no Kosovo teve a carreira impulsionada no início dos anos 2010, ao assinar com a gravadorade Jay-Z, Roc Nation, e participar de clipes do próprio Jay-Z e Drake. O primeiro sucesso foi Hot Right Now, em 2012, seguido por How We Do (Party), Anywhere, Your Song, Let You Love Me e Girls.O álbum Ora, lançado em 2020, recebeu o disco de platina. Entre um e outro hit, a cantora teve também participações em filmes como Velozes e Furiosos 6 e 50 Tons de Cinza. No Rock in Rio, um dos pontos altos do show foi a participação de Pablo Vitar. Quem garantiu o monitor para o melhor desempenho da cantora foi o engenheiro de som Jamie Hickey, que expôs um truque para conseguir com que o baterista sinta o punch do grave sem usar um sub, limpando o som do palco. Um transdutor que reproduz o kick do bumbo na banqueta do baterista.

 

“Usamos uma versão antiga de um transducer, para dar a ilusão do punch, fabricado pela Porter and Davis, que é uma empresa britânica. Isso torna o som do palco mais limpo (do que se usasse um sub para a bateria). É uma ferramenta psicoacustica.

 


Jamie Hickey (Rita Ora)

 

“Ela gosta de ouvir efeitos, algum reverb, algum delay e os microfones de ambiente dão a ela a intensidade da plateia. É realmente uma mix bem completa, de estúdio mesmo. Soa como uma gravação. Trabalho com ela há cinco anos. É um show bem legal, bem pop. A banda é fantástica, é bastante divertido.

 

“Eu sempre uso Digico (Hickey usou uma SD7), eu sou um grande fã da Digico. Ela tem tudo o que eu preciso.

 


Bateria da banda de Rita Ora

 

“É muito diferente trabalhar em um festival, mas é isso o que faz ser divertido. É bom não fazer a mesma coisa todo dia. Eu gosto de ter um pouquinho de diversão e um pouquinho de caos.

 


Transdutor embaixo da banqueta

 

Ludmilla

Hoje em dia não é o suficiente definir Ludmilla como uma cantora do funk. Claro que o funk era a base, mas também havia o pop e o samba. Isto porque o show no Rock in Rio foi uma espécie de junção de duas turnês da cantora: a Hello Mundo e a Numa Nice, esta última dedicada ao pagode. E a cantorainvestiu tudo para mostrar que está em um estágio acima da carreira, contando com alguns dos melhores profissionais como banda de apoio, no som e na luz. No som, os responsáveis pelo êxito da apresentação foram Marcio Glaser no P.A e Rodrigo Pinheiro no monitor.

 


Ludmilla

 

Antes da apresentação, aconteceram quatro dias de ensaios no Polo de Cine e Vídeo e ainda um ensaio geral no Palco Sunset dia 7 de setembro. A banda, que normalmente tem seis componentes, com Dedê Silva na bateria, Adalberto Miranda no baixo, Jean na guitarra, Rafael Castilhol nos teclados e direção musical e Clara Carolina Silva de Andrade nos backings, teve também os backings Jonadabe e Érika Anjos. Tocaram ainda o DJ Marrentinho, Raul Silva no cavaquinho, no surdo Fornalha e no pandeiro Robert Fornalhinha.

 

 

Marcio Glaser

“Foi um show bem específico aqui para o Rock in Rio Os arranjos mudam, mas a gente ensaiou umas duas semanas. Nos dois últimos ensaios levamos uma console e montamos a cena em uma mesa Yamaha trazendo algumas coisas pra cá, na Rivage. Algumas coisas são adaptadas, os prés são diferentes mas a construção da cena já está adiantada. Setenta por cento já chegou pronto. Chegamos às cinco da manhã  para a passagem de som.

 

São 56 canais. Só bateria são 17 canais, mais o baixo elétrico, baixo sinth, guitarras... Então recebo 56 canais. Tem VS com click, time code , metais, guitarras, teclados e backing vocals”.

 

 

Rodrigo Pinheiro

“Temos duas turnês, a Hello Mundo e a Numanice que é pagode.  Nós Rodamos com uma Allen Heath dLive S-7000controlando o DM64. Os microfones são Sennhesier. O dela é o SKM 9000. Setup, cabeamento e o in-ear foram nossos. O sistema in-ear dela foi o SR 2050, da Sennheiser.  Usamos também o sistema da Gabisom, PSM900, por conta das participações e convidados. Tinha também  vias independentes para balé e para o coreógrafo. De caixas, usei as L’ Acoustic e  dois M1 da D&B no chão, na frente.

 


Rodrigo Pinheiro (monitor Ludmilla)

 

“Na montagem, Jáestava com o cabeamento feito foi só ligar o snake do Gabi nos patches. Foi uma grande apresentação e todo mundo estava esperando muito. Teve essa complexidade, a gente conseguiu montar aquele palco em 12 minutos”.

 

 

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