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REPORTAGENS / Matérias Completas

Histórias da Retomada: Stenio Mattos

12/11/2021 - 14:39h
Atualizado em 17/11/2021 - 15:19h


Foto: Blog 'De olho em Rio das Ostras'

 

Responsável pelo Rio das Ostras Jazz & Blues Festival, o produtor também é o presidente da Associação Brasileira de Festivais de Jazz e Música Instrumental (Abrafest). Stênio conta aos leitores da Backstage os desafios que surgiram e os planos da retomada, que envolvem a articulação dos diversos festivais de jazz pelo país.

 

 

Como foi esse período da pandemia  para a associação?

Logicamente que para a associação esse período foi um período parado, mas por outro lado fortaleceu nossos contatos. Nos falávamos pelo menos uma vez por mês para saber as diretrizes que iriamos tomar e também para saber, dos festivais associados, quais estariam ainda com possibilidade de realizar na hora em que as coisas ficassem normais. Noventa por cento dos associados não tiveram condições de realizar seus eventos. A grande maioria ainda ia começar a buscar patrocínios, mas os festivais que iriam ser no ano de 2020 ficaram fechados e ficou muito difícil de captar agora depois dessa abertura, porque as empresas também sofreram com seus prejuízos. Dez por cento vão fazer um evento agora. E o caso, por exemplo, o circuito ViJazz, em Minas, o Bourbon fest, em são Paulo, que vai ser uma edição menor, para manter a chama acesa, e talvez Guaramiranga, no Ceará , no carnaval, além de Rio das Ostras, claro, em sua plenitude.

 

 

E tem algum plano para refazer esse tecido de festivais?

 

Essas reuniões serviram para fortalecer mais a ideia de pegar um patrocinador master, tipo, vamos dizer, uma Heineken ou uma Aneel, que tem interesse em quase todos os estados. Queremos ter um ou dois patrocinadores fortes e fazer um circuito de festivais ao longo do ano com marcas como estas associadas a estes festivais.

 

Estamos formatando para vender um circuito de festivais ao longo do ano com patrocinadores fortes que tenham interesses no Brasil inteiro. Companhia aérea também nos interessa, porque facilita o trânsito dos artistas.

 

 

Teve alguma ajuda institucionalizada do poder público aos promotores de eventos?

Não chegaram ainda. O governo, tanto o federal quanto os estaduais, procurou ajudar as coisas mais individuais, que atingia mais o pessoal que estava mais necessitado mesmo. A verba também não era muito grande, mas tentaram atingir o máximo de pessoas. Eles não estavam visando festivais. E acho que foi justo, porque atingiu o maior número de pessoas possível.

 

 

E tem consistência a retomada?

 

As pessoas estão muito confiantes, todos queriam muito esse retorno. Após esse período, em que o setor cultural foi bastante sacrificado, estou sentindo uma vontade maior por parte das empresas de nos ajudar. Por exemplo, no caso de Rio das Ostras, as empresas que estão nos apoiando, eles estão admirados com o interesse das pessoas. Já não tem mais os ingressos gratuitos que nos disponibilizamos pelo Sympla. Me senti o próprio Rock in Rio.

 

Em meia hora acabou tudo. As pousadas estão lotadas. No caso, as próprias empresas que estão envolvidas estão com grande interesse para os representantes virem pessoalmente ao Festival, inclusive membros de diretoria. Isso me dá uma esperança de que eles estão vendo a cultura com outros olhos. A partir do momento em que eles viram a mídia positiva espontânea, que está tendo apoio...  Eles tem o departamento de marketing deles e estão vendo isso. É um ponto positivo para eles. Acho que começaram a ver que cultura é resistente mesmo, e que, para eles, é importante estarem presentes nessa retomada e eles estarem visíveis, e que vai ter retorno.

 

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