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SUMÁRIO / Matéria de capa

Rio das Ostras Jazz & Blues Festival celebra a 21ª edição

23/07/2025 - 22:39h
Atualizado em 28/07/2025 - 22:13h

Reportagem: Miguel Sá. Foto de abertura: Cezar Fernandes (Like Produtora).

 

Em sua 21ª edição, o Rio das Ostras Jazz & Blues Festival mostrou, mais uma vez durante quatro dias, porque é um dos principais eventos musicais do Brasil. O pianista cubano Alfredo Rodriguez, a Banda Black Rio e o bluesman norte-americano Coco Montoya, além de nomes referenciais como o guitarrista Mike Stern e o baterista Dennis Chambers acompanhados por Bob Franceschini, Leni Stern e Rubem Farias, dividiram espaço com nomes da nova geração, como o pianista Amaro Freitas e o trombonista Josiel Konrad.

 

 

Outros destaques ficaram por conta do francês Ozma, o blues de Mitch Woods and His Rocket 88's, e Jose James. Entre os brasileiros, marcaram presença nomes como Rodrigo Suricato, Artur Menezes, Blues Beatles, Rosa Marya Colin, Gui Schwab, Café Bourbon, Mamooth Band e o quinteto do capixaba Alexandre Borges.

 

 

As apresentações aconteceram entre 19 e 22 de junho em quatro palcos distribuídos pela cidade — Costazul, Boca da Barra, Lagoa de Iriry e Praça São Pedro — oferecendo ao público experiências distintas em termos de acústica, ambientação e proximidade com os artistas.

 


Foto: Cezar Fernandes (Like Produtora).

 

 

Sonorização no Festival de Rio das Ostras

Com estrutura dividida entre quatro palcos — Costazul, Boca da Barra, Lagoa de Iriry e Praça São Pedro — o Festival de Rio das Ostras teve mudanças na sonorização, agora a cargo da Mach Produções. A direção técnica, como nos outros anos, foi de Jerubal Liasch, que elogiou a empresa estreante no Festival. “Estou muito confortável, com uma assistência muito presente. A primeira mudança perceptível é a das consoles, “Este ano me foi oferecida a Yamaha DM7, e estou trabalhando aqui (no Palco Costazul) com elas. No monitor é a Midas Pro 2. Tudo bem cuidado e conservado”, afirmou.

 

 


Jerubal e Pedro Mariano. Foto: Cezar Fernandes (Like Produtora).

 

 

Cada um dos palcos recebeu soluções específicas para atender às características acústicas e ao perfil do público presente. A proposta da Mach foi padronizar a qualidade nos diferentes espaços, respeitando as características técnicas de cada um e adotando soluções como delays, front-fills e alinhamento mais próximo da plateia. “Cada palco tem sua complexidade técnica. Nosso foco foi adequar a cobertura sonora ao público presente e já projetar melhorias para os próximos anos”, conclui Pedro Mariano, diretor de produção e sócio da Mach Produções com Flavio Bessa.

 

 


Mike Stern. Cezar Fernandes (Like Produtora). 

 

 

No palco principal, o Costazul, localizado na Cidade do Jazz, a proposta foi aproximar o sistema de som do público. A torre principal de P.A. utilizou 10 unidades do line array LS Áudio Easyline E1P por lado, além de oito subwoofers Slinpec 218, distribuídos lateralmente. Para o front-fill, foram instaladas quatro caixas V851D da Taigar System, garantindo cobertura para quem fica próximo à boca de cena. Um sistema de delay com caixas JBL MRX625 foi posicionado a 35 metros do palco para reforçar a projeção no fundo da plateia. A operação foi gerenciada por mesas Yamaha DM7 (P.A.) e DM3 (master), além das consoles Midas PRO2 e M32 no monitor. Os monitores de chão foram os Turbosound TFM 152M, amplificados por módulos Lab Gruppen. O side-fill teve LS3 da Norton e subs Attack 218D. .  “Antes, o som acabava perdendo punch por estar mais recuado. Agora, além do delay, colocamos front-fill e aproximamos a torre, para garantir uma cobertura uniforme”, explica Pedro Mariano, sócio da Mach Produções.

 

 


Midas em Iriry. Foto: Cezar Fernandes (Like Produtora). 

 

 

Na arena da Lagoa de Iriry, uma das marcas registradas do festival, o line array contou com seis unidades E1P por lado e mais três no sistema matriz por lado, com subs Slinpec 218 e front-fills da K-Array (modelo KK102). A operação foi feita em mesa Midas M32, tanto para P.A. quanto monitor. Como o público ocupou um espaço maior que o previsto, Mariano comentou que um novo ponto de delay será considerado para as próximas edições.

 

 


Mamooth Band no Palco da Lagoa de Iriry. Foto: Cezar Fernandes (Like Produtora). 

 

 

O palco Boca da Barra, que desde o ano passado substitui a Praia da Tartaruga, usou caixas LS Áudio 210 (seis por lado) e front-fill MQ15. Os subs Slinpec 218 (quatro por lado) foram reforçados com um sistema de delay com caixas 208 da mesma marca. O sistema foi amplificado por Powersoft, com operação em Yamaha QL5 (P.A.) e Midas M32 (monitor). “A presença do delay permitiu suavizar a pressão sonora na frente do palco e oferecer uma experiência mais uniforme ao longo da área”, destaca Mariano. Já o palco Praça São Pedro, na concha acústica no centro da cidade, recebeu sistema compacto com três LS 210 por lado e dois subs Slinpec 218, também da LS Áudio. O mesmo console Midas M32 foi utilizado para P.A. e monitor. A monitoração foi feita com caixas MQ15 e PRX515 (amplificadas por Crown XTI).

 

 


José James. Foto: Heloise Fang.

 

 

Todos os palcos contaram com kits de microfones semelhantes, incluindo modelos como o Shure Beta 91, SM 81, Beta 52/57/58, SM 57/58; AKG D112 e C1000; e Sennheiser 604. No backline, a base montada pela Mach incluía baterias Gretsch Catalina Maple, Tama Hyper Drive Custom, Yamaha Custom e Pearl Export. Para guitarras e teclados, havia amplificadores Fender Twin Reverb (65 e Silver), Front Man, Marshall JCM 900 e Roland Jazz Chorus. Os baixos foram atendidos com modelos da Ampeg (SVT 5, SVT 7, PF800), Hartke (HA3500) e Gallien-Krueger (GK800), além de gabinetes diversos como SVT810E e Hartke VX115/VX410.

 

 


Jerubal e Marco Anonio Liasch. Foto: Cezar Fernandes (Like Produtora).

 

 

O núcleo da equipe no palco Costazul era formado por Jerubal Liasch na direção técnica e operação de som da maioria das atrações, como Mike Stern; Marco Antônio Liasch no monitor do palco principal e Maurício Costa "MauMau" na direção dos roadies.  “Fico muito feliz de ter contado com roadies especializados para cada tipo de instrumento. Nunca tive isso antes”, comemora Jerubal. No monitor, Marco Antonio Liasch gostou das mesas Midas disponíveis.

 

 


Manfra e Jose James assistem Amaro Freitas. Foto: Cezar Fernandes (Like Produtora).

 

 

Um dos responsáveis pela produção do Festival, Manfra também comentou as mudanças. “Esse ano evoluímos em relação aos outros. Estamos com mais equipamentos em todos os palcos. Esse ano a gente teve um apoio muito grande aqui da Mach Produções”.  O músico e produtor do festival também comentou a variedade e qualidade das atrações. “Abrimos com o Rodrigo Suricato, que tá com um trabalho excepcional, além de ser cantor do Barão Vermelho. O Mike Stern com o Dennis Chambers, a Banda Black Rio... Então acho que esse ano está bem diversificado”.

 

 

Quando perguntado sobre ter menos atrações ligadas ao blues mais tradicional, Manfra coloca que não houve uma reposição nas gerações mais novas, que acabam tendo uma tendência ao blues rock, como foi o caso de Artur Menezes, mas ressaltou a vinda de Mitch Woods, que se descola dessa tendência pesada. Coco Montoya também fez uma apresentação mais blueseira, ainda que com boas doses de distorção.  “Ver 7.500 pessoas assistindo a um show de blues à tarde (em Iriry) é impactante. O mais bonito é ver o público gostando tanto do Amaro Freitas quanto do Josiel Konrad ou de um blues pesadão com o Igor Prado. Isso mostra que, quando o público tem acesso, ele escolhe com liberdade.”

 

 


 

Solta o som

A Revista Backstage acompanhou alguns dos shows do Festival que aconteceram no palco Costazul, na Cidade do Jazz.

 


Mike Stern. Cezar Fernandes (Like Produtora). 

 

 

Mike Stern feat. Dennis Chambers, Bob Franceschini, Leni Stern & Rubem Farias 

No primeiro dia, o guitarrista Mike Stern foi a ponta de lança de uma superbanda com Dennis Chambers na bateria, a esposa Leni Stern na guitarra, Bob Franceschini no saxofone e o baixista brasileiro Rubem Farias no baixo.

 

 

A apresentação impecável da banda trouxe o jazz rock no estilo tradicional do guitarrista. Assistindo ao show de cima do palco, impressiona a capacidade de Dennis Chambers de fazer o instrumento soar muito sem machucar os ouvidos de quem está perto. Aliás, o alto nível dos músicos faz com que o técnico de som no monitor, no caso Marco Antônio Liasch, tenha pouco trabalho para equilibrar o volume das caixas de retorno. Todos sabem dosar seu som e equilibrar suas sonoridades no palco, cabendo a Marco Antônio apenas dar um toque ou outro para facilitar as coisas para eles.

 

 

A qualidade da banda vai muito além dos ótimos improvisos de todos, com destaque para Stern e Franceschini. Escutar a banda tocando os temas já é um espetáculo musical completo, o que se explica por conta dos anos que esses músicos se encontram nas estradas e estúdios.  “Lancei um álbum recentemente chamado Echoes and Other Songs (Mack Avenue Records - 2024). O Bob participa, o Dennis está lá. Todos estão no disco menos o Rubens, porque esse projeto aqui com ele é especial. Ele é fantástico e organizou essa turnê. Está sendo um prazer. Temos 14 shows e uma clínica durante essa estadia. Tocamos músicas novas do disco e também algumas mais antigas”, conta Stern, que conheceu Farias durante uma turnê com o grupo brasileiro Balaio Quartet, formado também por Leonardo Susi, (Bateria), Marco Bosco, percussão e Adriano Magoo (teclados) em 2018.

 

 

Mike Stern costuma viajar com a própria pedaleira, mas usa os amplificadores fornecidos no local do show a partir do que é pedido no rider. No caso de Rio das Ostras, Dois amplificadores Fender Twin Reverb.  De acordo com Jerubal Liasch, o segredo do som de Stern é o uso de um processador de efeitos SPX 90 da Yamaha, que começou a ser produzido ainda nos anos 1980. Mike Stern já havia se apresentado em Rio das Ostras em 2007, quando o baixista Richard Bona fazia parte de sua banda, e em 2012, quando fez uma parceria com o guitarrista brasileiro Romero Lubambo.

 

 


 

 

Artur Menezes

O Rio das Ostras Jazz & Blues sempre traz alguma atração mais pesada, que empurra a fronteira entre o blues e o rock. Este ano foi a vez do power trio do guitarrista brasileiro radicado nos EUA desde 2006.

 


Foto: Cezar Fernandes (Like Produtora).

 

No trio super entrosado formado por Artur Menezes com a baixista Pops Magellan e o baterista Felipe Alves o que não faltou foi peso.  “A Pops e eu já tocamos juntos há três anos e meio. Com o Felipe, na bateria, começamos agora nessas turnês mais recentes. Gostamos muito de improvisar. Se ensaiar demais, na verdade, estraga. A gente deixa sempre aberto”, comenta Artur, acrescentando que o formato em trio amplia o espaço criativo para os músicos.

 

 

Sobre sua relação com o festival, o músico lembra que teve sua estreia em Rio das Ostras em 2012, com um som calcado no blues rock, mas com o tempo, seu som foi se afastando do blues mais tradicional “Meu trabalho sempre foi misturado, mas está ficando cada vez mais psicodélico, mais pesadão, sem perder o pé no blues. Tive os melhores professores que você possa imaginar: B.B. King, Buddy Guy…”, se diverte o guitarrista.

 

 

Sobre o equipamento que usa no palco, Artur destaca a importância do pedal Fuzz Face em sua sonoridade.  “É com ele que consigo controlar  a dinâmica com a mão”, diz  se referindo à relação entre a distorção e a intensidade com a qual toca. Além do Fuzz Face, ele utiliza Univibe, Wah Wah e outros. “Coisas para dar uma trabalhada nos timbres”. Seus principais amplificadores são da marca La Rock, uma boutique de amps que o patrocina. “Mas como é difícil encontrar esse amp em todo lugar, quando viajo, peço um Fender Twin, que é potente e eu me esolvo com ele”, afirma. Sobre as guitarras, ele varia bastante. “Cada turnê eu trago uma diferente, tenho saudade das minhas. Uso Flying V, Les Paul, semiacústicas, Stratocaster… Vai mudando”.

 

 

O show teve peso, suingue e presença de palco em doses fartas. Os três são excelentes músicos e souberam mostrar a liberdade que vem do entrosamento com virtuosismo e intensidade sem jogar nota fora.

 


 

Banda Black Rio

Liderada pelo tecladista Willian Magalhães, filho do saxofonista e fundador da Black Rio Oberdan Magalhães, a banda já havia estado em Rio das Ostras na edição de 2023 do Festival. Como da outra vez, apresentou um show competente que começava com os temas famosos do LP que trouxe o samba funk ao mundo, o Maria Fumaça e seguia com as músicas cantadas pelo vocalista Edmon Costa, feitas já no retorno da banda a partir dos anos 2000.

 

 


Foto: Cezar Fernandes (Like Produtora).

 

 

Neta edição, além e William e Edmon, a banda veio com Isaac Barbosa na bateria, Affonso Velasques no baixo, Glaucio Fanara na guitarra, Nilson Batata na percussão, Rodrigo Revelles no sax, Gesiel Nascimento no trompete, e Wanderley Cunha no trombone.

 

 


Foto: Cezar Fernandes (Like Produtora).

 


 

 

Josiel Konrad

O trombonista fez o primeiro show de um dia com propostas estéticas sonoras   bem marcadas e muita parceria entre a engenharia de som  e a música. Konrad foi acompanhado por Giordano Gasperin no baixo, Natan Gomes nos teclados, Flávio Junior na bateria, Fernando Miranda no trompete e a participação de Felipe Zaccarias no trombone. Em um show esteticamente híbrido, com muito improviso, jazz, funk (inclusivo batidão carioca) e bases eletrônicas pré-gravadas, Konrad mostrou um trabalho rico que agrada a quem quer dançar, explorar as diversas camadas musicais que ele mostra ou os dois.

 

 


Foto: Cezar Fernandes (Like Produtora).

 

Ricardo Nogueira é o responsável pelo monitor de palco do músico Josiel Konrad, além de eventualmente operar o PA. No festival, ele atuou sozinho no time técnico direto do artista. “Hoje sou só eu aqui da equipe dele. Lá na house está o Gerubal”, explicou.

 

 

Sobre sua rotina técnica com Josiel, Ricardo detalhou: “Meu trabalho é basicamente garantir que todo mundo se escute bem no palco. O Josiel e o baterista usam clique, o que é fundamental para manter o sincronismo. Os dois estão com clique, e o restante da banda escuta o VS (base pré-gravada), sem clique”, Ricardo explica que a ideia de não deixar o clique para todos é não tirar a naturalidade da performance musical da banda. “O Natan ouvindo só o VS sem clique consegue se concentrar mais na parte musical e harmônica da gravação”, explica, dando o exemplo do tecladista.

 

 

Os músicos se escutam tanto por fones como caixas de retorno.  “O pianista, o baixista e o baterista usam caixa de chão. O baterista também usa fone. Mas quem depende mesmo de fone são só o Josiel e o baterista, por conta do clique e do VS. O resto se guia mais pelo som da caixa de retorno”. Ricardo também destacou a importância da dinâmica vocal de Josiel: “Ele tem uma variação grande na voz. Coloco um compressor no canal dele, no ouvido dele, para ele se sentir mais à vontade na hora de emitir com mais força. O compressor  segura bem e garante que ele se ouça com clareza. Uso o compressor da própria mesa”, explica.

 

 


Foto: Cezar Fernandes (Like Produtora).

 

Na missão de manter a clareza do que era ouvido no palco, Nogueira usou a console Midas para deixar o volume dos side fills bem controlados e manter um volume geral no palco baixo. “Os músicos são muito bons. Sabem se equilibrar bem. Isso ajuda muito na mix do palco. Não tem aquele retorno estrondando, nada voando.”

 

Ricardo Nogueira comenta que, além do formato em quinteto, há um show que eles fazem na Arena Sam’s Club, no Rio de Janeiro, em um palco em 360 graus: o Jazz Proibidão. “É em uma quadra de futsal que tem mezaninos voltados para dentro da quadra. Dá para a galera ver o show de cima. Fica bem interessante. São Paulo tem lugar para fazer em 360, Brasília também. Estamos estudando como levar esse formato para a rua. A ideia é manter esse formato mesmo: banda grande, todo mundo de frente um para o outro, mais interação, mais funk”, conclui.

 

 


 

 

Amaro Freitas

O pianista foi acompanhado pelo baixo de Sidiel Vieira e a bateria de Rodrigão Braz. Dá para dizer também que foi acompanhado por Vinícius Aquino, que sincroniza os efeitos sonoros da segunda parte do show, com base no álbum Y’Y. Na primeira parte, o trio proporciona uma música na qual se reconhece desde as influências de Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti e, claro, de Naná Vasconcelos até elementos que podem vir da música africana e das vanguardas musicais da música erudita do século XX, tudo em plena comunicação com os músicos de seu trio.

 

 


Foto: Cezar Fernandes (Like Produtora).

 

 

Amaro Freitas conta de que forma acontece a parceria entre ele e Aquino. “Eu e o Vini estudamos juntos na universidade de Produção Fonográfica, em Olinda(PE). Temos um vínculo de amizade muito forte”, reforça Amaro. Durante a pandemia, os dois aprofundaram essa conexão, morando juntos no estúdio e criando novas possibilidades musicais, chegando a fazer o álbum Y’Y no período. Depois a dupla procurou desenvolver soluções técnicas próprias para transpor o repertório de estúdio ao palco. “Decidimos que ele faria o trabalho de ‘loopar’ tudo enquanto eu vou criando os efeitos. E ele é um dos maiores engenheiros de áudio que eu já vi na vida. Tenho muita sorte de trabalhar com ele”, agradece Amaro.

 

 


Vinicius Aquino. Foto: Cezar Fernandes (Like Produtora).

 

 

Vinicius conta que o desafio começou ainda nas gravações do disco de Amaro, onde foram usados muitos samplers, efeitos e texturas. A dúvida era: como transformar isso em uma experiência ao vivo? “A nossa preocupação sempre foi como trazer isso para o palco. A gente estudou bastante combinações de captadores por conta de realimentação e achamos uma combinação que funciona em vários tipos de palco”, explica.

 

 

No show, o som do piano é captado de três formas combinadas: um par de microfones condensadores, que traz a ressonância do piano ambiente do piano; captador Helpinstill 280, que permite conseguir volume sem vazamentos; e o captador  Yamahiko, equipamento japonês com timbre intermediário entre o som microfonado e o Helpinstill. “Eu processo o som, faço os loops no Ableton Live e devolvo para o palco. Os efeitos voltam para o sistema de monitor dos músicos exatamente como o público os ouve”, detalha Vinicius.

 

 


Foto: Cezar Fernandes (Like Produtora).

 

Amaro faz algumas intervenções no piano antes de começar a segunda parte do show.  “Eu coloco prendedor de roupa, fita, jogo de dominó, sementes amazônicas que eu aplico nas cordas do piano”. Os objetos fazem parte de uma técnica chamada piano preparado, em que o músico interfere diretamente nas cordas e estruturas internas do piano para obter timbres inusitados. A performance ao vivo, foi lapidada ao longo das apresentações.

 

Vinicius lembra que, durante dois anos, rodaram o mundo com o show em piano solo, o que deu base para aprimorar a integração entre a manipulação eletrônica e o piano acústico. Neste período, substituíram os pedais de guitarra usados para os efeitos por plugins devido às limitações das viagens internacionais. Vinicius adaptou todo o set para o Ableton Live, controlado por um iPad. “Os efeitos e samples que usamos não dependem de BPM. Eles funcionam mais como texturas”, explica.

 

A apresentação do pianista Amaro Freitas proporcionou a possibilidade de assistir a músicos de alto nível improvisando com liberdade a partir de uma proposta de composição musical bem definida.

 


 

Produção

A Mach Produções forneceu uma equipe de quase cinquenta pessoas para o Festival. Pedro Mariano fez a direção de produção.

 


Foto: Cezar Fernandes (Like Produtora).

 

 

No Costazul trabalharam; Thiago Paixão na coordenação;  Lucas Lemos  na gerênca de palco, Jerry Eduardo no apoio ao P.A.; Felipe Carvalho no apoio ao monitor, Marcos Oliveira e Alexandre Brandão no patch; Luan Ribeiro e Leonardo Araujo como técnico de iluminação; Gabriel Miguel como auxiliar técnico,  Diego Freitas foi o roadie dos bateristas, Ernani de Carvalho o dos contrabaixistas, Guilherme Rabelo o dos guitarristas e Pedro Candeia para os tecladistas. A assistência geral ficou por conta de Edevelton Reboredo; Nélio Neto foi o técnico de painel e VJ. Os motoristas foram  Jefferson Silva e João Pedro.

 

 


Monitor do palco Camping

 

Na Lagoa de Iriry estava o gerente depalco Frederico Sales, o apoio ao P.A. ficou a cargo de Weverton Monteiro  e o do monitor com  Patrício No Beat . O patch ficou a cargo de Nikson Mota; Gabriel Galdino foi o auxiliar geral e Pablo Paixão o motorista.

 

Na Boca da Barra a coordenação foi de Carlos Vieira,  o apoio ao P.A de  Inderson Moreira, o monitor foi com Vagner Ribeiro, o patch de Gabriel Soares, a iluminação com Marciel Conceição  e o auxiliar geral foi Cleber Lima.

 


Foto: Cezar Fernandes (Like Produtora).

 

Na Praça São Pedro, a coordenação ficou com outro sócio da Mach: Flavio Bessa. Inderson Moreira foi o diretor de palco,Lucas Moura o técnico de P.A. e monitor, Felipe Araujo fez o patch e Rogerio da Cruz foi o motorista.

 

Na Casa do Jazz, Nikson Mota foi o técnico de P.A. e monitor, Patricio No Beat o de iluminação e Rosileno foi o auxiliar geral. O apoio à equipe toda foi de Marcele Fernanda no departamentoi  financeiro elogístico, Igor Santos era o engenheiro eletricista e eletrônico, Poliana Tavares deu o apoio na parte de engenharia mecânica, Cidália Borges foi a cozinheira e Juliana Velozo era a responsávelpela limpeza.

 

 

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